"MUROS DA INFÂMIA" DENUNCIAM RELIGIOSOS PEDÓFILOS NA COLÔMBIA
Bogotá, 25 ago (RV) - Os responsáveis pela criação dos "Muros da infâmia",
em Bogotá, Colômbia, que expõem fotografias de pessoas condenadas por abusos sexuais,
anunciaram, nesta sexta-feira, que promoverão versões especiais para membros de Igrejas
que forem condenados pelo mesmo delito.
A vereadora Gilma Jiménez, que liderou,
na Câmara de Bogotá, o projeto original, disse que vai propor a idéia de se instaurar
murais exclusivos "para mostrar os religiosos envolvidos em delitos sexuais." "Esse
procedimento será usado para os sacerdotes católicos, os pastores evangélicos e os
líderes de outras religiões que praticam abusos sexuais" _ sugeriu a vereadora.
"Os
primeiros que devem ser mostrados nos muros da infâmia são os que utilizam sua condição
de poder para se aproveitarem das crianças" _ disse a vereadora, em declarações à
imprensa colombiana. Ela informou de sua intenção, após o escândalo nascido das recentes
denúncias de um sacerdote, em Cali.
Três dias atrás, Pe. Germán Robledo Ángel
acusou alguns de seus colegas de atos homossexuais e de violação do celibato, em alguns
casos pagos com dinheiro das doações dos fiéis.
Gilma Jiménez lembrou ao cardeal-arcebispo
de Bogotá, Pedro Rubiano Sáenz, primaz da Colômbia, que a Igreja Católica deve dar
exemplo da verdade e justiça, além da reparação aos menores vítimas de delitos sexuais.
A vereadora destacou ainda que, no ano passado, na Colômbia, ocorreram mais
de 20 mil casos de violência sexual, 17 mil perpetradas contra menores de idade, incluindo
15 mil em meninos e meninas menores de 10 anos.
"Calcula-se que cerca de 70%
dos casos não são denunciados" _ revelou a vereadora, lamentando que "as condenações
sejam poucas, e as penas, vergonhosas." (MJ/AF)