ARCEBISPO RYLKO TESTEMUNHA A CORAGEM DA FÉ, NA PEQUENA COMUNIDADE CATÓLICA DO CAZAQUISTÃO
Cidade do Vaticano, 23 ago (RV) - O presidente do Pontifício Conselho para
os Leigos, Arcebispo Stanislaw Rylko, acaba de retornar de uma visita ao Cazaquistão,
onde participou do IX Encontro Anual dos Jovens Católicos, que contou com a presença
da juventude de cinco países da Ásia Central: Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão,
Tadjiquistão e Quirguistão.
O tema da iniciativa, realizada no santuário mariano
de Oziornoje, foi: "Maria nos ensina a amar". Foram quatro dias de oração e reflexão,
dos quais participaram cerca de 500 jovens, acompanhados dos bispos, sacerdotes e
religiosos.
Mas foram, sobretudo, dias de intercâmbio de testemunhos de fé,
vivida em condições difíceis, como nos explica o próprio Dom Stanislaw Rylko.
Dom
Stanislaw Rylko:- "Impressionou-me a alegria e a coragem da fé desses jovens que,
apesar de serem uma exígua minoria em relação ao "mar muçulmano" que os circunda,
demonstram uma forte e convicta identidade cristã, fruto precioso, sem dúvida, do
intenso compromisso da Igreja naqueles países, em favor da Pastoral da Juventude.
Sempre mais, os jovens descobrem Cristo como única resposta a suas perguntas acerca
do sentido da vida, e a Igreja como uma verdadeira família. Cada edição desse encontro
constitui um importante sinal de esperança para toda a Igreja que vive naquelas terras."
P.
Dom Rilko, que impressão o senhor teve no contato com a comunidade eclesial católica
que vive no Cazaquistão?
Dom Stanislaw Rylko:- "Durante minha breve
permanência no Cazaquistão, procurei também conhecer _ na medida do possível _ a vida
da Igreja naquele enorme país. É uma das ex-repúblicas da ex-União Soviética, que
vive com todas as conseqüências _ no campo religioso _ de um longo período de perseguições
aos fiéis. É uma Igreja que oferece um particular testemunho de fé e, por essa fé,
num passado não tão distante, se chegou a pagar um preço muito alto, com prisões e,
por vezes, verdadeiro martírio. Não obstante as cruéis perseguições, a fé não desapareceu.
E isso se deu graças à coragem de tantos leigos, homens e mulheres; graças àquelas
"babushkas" (avozinhas) que transmitiam a fé a seus netos e bisnetos; graças à coragem
e ao zelo apostólico de sacerdotes que, sem olhar para o perigo, visitaram, clandestinamente,
os católicos, batizaram catecúmenos, celebraram a missa nas casas e abençoaram casamentos."
(RL/AF)