IGREJA NO CANADÁ PEDE QUE VÉRTICE DOS LÍDERES NORTE-AMERICANOS PRIORIZE BEM COMUM
E DIREITOS HUMANOS
Québec, 21 ago (RV) – O olho do furacão Dean abateu-se sobre a costa mexicana
do Iucatã, na altura de Chetumal, capital do estado mexicano de Quintana Roo, no confim
com o Belize.
Os ventos portados pelo Dean _ furacão da categoria máxima "5"
_ têm uma velocidade de 250 km/h, com rajadas que chegam a 300 km/h. O olho do furacão
empregou de oito a dez horas para atravessar a península do Iucatã e chegar ao Golfo
do México. Em seu percurso, porém, ele perdeu força, passando da categoria "5" à categoria
"3", e depois à "2". Isso significa que seus ventos, que antes sopravam à velocidade
de mais de 250 km/h, desceram para 200 km7h. Mas o alarme continua de pé.
As
NN. UU. decidiram enviar duas equipes especiais às zonas atingidas até agora: uma
à Jamaica, a ilha que sofreu os maiores danos, e outra ao Belize, por onde o furacão
acabou de passar.
Os responsáveis da missão "Endeavour" decidiram antecipar
para hoje, a volta do ônibus espacial, ao final de uma missão de 14 dias, precisamente
para evitar contacto com o furacão. Também o presidente do México, Felipe Calderón,
que estava participando de uma reunião de cúpula. em Québec, com o primeiro-ministro
do Canadá, Stephen Harper, e o presidente dos EUA, George W. Bush, decidiu voltar
antes, ao México para acompanhar pessoalmente a situação de emergência criada pela
passagem do furacão pelas costas mexicanas.
A propósito desse encontro, a Igreja
canadense e os membros de uma coalizão que reúne os organismos religiosos no Canadá
(MESA) enviaram uma carta ao primeiro-ministro canadense, Stephen Harper.
Na
carta, pedem aos líderes do Canadá, Estados Unidos e México que coloquem o bem comum
e os direitos humanos no centro do vértice, e que promovam entre os três países, relações
comerciais justas.
Os representantes religiosos do Canadá fazem ainda uma
dura crítica ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte, o NAFTA. E expressam
sua inquietação com o fato de o governo canadense copiar esse modelo, sem proceder
a um aprofundado exame de seus impactos.
"A regulamentação de temas como imigração,
energia, recursos naturais e segurança, em conformidade com o modelo corrente, corre
o risco de agravar o efeitos nefastos do atual modelo do NAFTA, sem poder garantir
o bem-estar e a segurança de toda a população canadense."
Por fim, os organismos
religiosos pedem que o governo canadense se certifique de que todos os acordos comerciais
e financeiros assinados durante o encontro de cúpula estejam subordinados ao Direito
e a todos os acordos internacionais que garantem os direitos humanos universalmente
reconhecidos, a igualdade dos sexos, os direitos do trabalhador, dos trabalhadores
migrantes e dos povos autóctones. (PL -BF/AF)