2007-08-20 16:16:52

ONGs PEDEM ABERTURA DE ARQUIVOS DA DITADURA NO BRASIL


Brasília, 20 ago (RV) - Entidades de direitos humanos reunidas em Brasília pedem abertura dos arquivos da ditadura militar no Brasil.

A abertura dos arquivos do período do regime militar (1964-1985), para identificar quem foram os mortos e quem ordenou essas mortes e seu porquê, e a revisão da lei de anistia, para punir os torturadores: essas são as principais reivindicações contidas na carta-síntese que concluiu o Seminário Nacional sobre a Memória da Luta pelos Direitos Humanos, um encontro de três dias, encerrado sábado, em Brasília, com a participação de expoentes da Igreja Católica no Brasil.

Segundo a coordenadora nacional do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Rosiana Queiroz, as perguntas fundamentais são estas: quem matou, quem ordenou, porque ordenou tais mortes e onde estão os corpos dos desaparecidos? As famílias precisam de respostas a essas questões, porque são perguntas fundamentais" _ sublinhou Rosiana Queiroz.

Ela lamentou a pouca participação de representantes do governo no seminário: o ministro-chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi, participou apenas da abertura do encontro, na noite de quinta-feira, dia 16... Mas Rosiana Queiroz disse que tem a promessa do ministro, de se comprometer na liberação de documentos arquivados da época da ditadura.

O bispo auxiliar de Goiás, Dom Tomás Balduíno, conselheiro da Comissão diocesana de Pastoral da Terra, saudou o seminário como "uma feliz idéia, muito oportuna, porque é o instrumento da sociedade civil trabalhar nas assembléias, consultas públicas, e mobilizações". "O seminário tem o poder de aprofundar questões, abrir o debate e socializar a temática, que traz muito conhecimento conceitual e conhecimento informativo, para o prosseguimento da luta" _ acrescentou.

Em sua exposição, durante a sessão de sábado, Dom Tomás Balduíno fez um histórico da participação da Igreja Católica em prol das lutas sociais, principalmente depois do Concílio Vaticano II, "quando a Igreja sublinhou sua opção preferencial pelos pobres".

Em entrevista à imprensa, Dom Tomás Balduíno afirmou que "o governo Lula corre o risco de passar à história como aquele que permitiu a devastação da Amazônia e do nosso país, assim como o governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso, ficou marcado como o que permitiu a privatização do nosso patrimônio". (CM/AF)







All the contents on this site are copyrighted ©.