CARDEAL MARTINO PEDE À ANISTIA INTERNACIONAL QUE RETROCEDA EM SUA DECISÃO SOBRE ABORTO
Cidade do Vaticano, 15 ago (RV) - O presidente do Pontifício Conselho "da Justiça
e da Paz", Cardeal Renato Raffaele Martino, acusou hoje, a organização de defesa dos
direitos humanos, Anistia Internacional (AI) de responder à violência com a violência,
por apoiar o aborto, no caso de gravidez resultante de estupro.
O Cardeal Martino
fez essas afirmações numa entrevista publicada no diário romano, "Il Messaggero",
acrescentando que a AI "não pode lutar, como o faz justamente, contra a pena de morte
e, depois, comportar-se diversamente, diante de uma criança que cresce no ventre de
uma mãe".
Segundo informações divulgadas pelos meios de comunicação, a AI ratificará
seu apoio ao aborto, nos casos de mulheres que tenham sido violentadas, embora o organismo
ainda não se tenha manifestado oficialmente.
"Se a AI defende os oprimidos
e os fracos, não pode ignorar o mal que existe no aborto. Temos que ajudar as mulheres
violentadas em Darfur ou em qualquer outra parte do mundo, apoiando-as material e
psicologicamente, mas salvando a vida do bebê" _ destacou o Cardeal Martino.
Segundo
o presidente do "Justiça e Paz", as violências em massa, em Darfur, são crimes terríveis,
mas induzir essas mulheres ao aborto significa agravar sua experiência dramática.
O
purpurado reiterou, além disso, que se a AI não retirar publicamente seu apoio ao
aborto, a Santa Sé pedirá aos católicos que não ajudem economicamente esse organismo.
A Anistia Internacional, fundada em 1961, por Peter Benenson, um advogado
britânico que se converteu ao Catolicismo, conta com o apoio do Vaticano, embora não
receba nenhum tipo de financiamento da Santa Sé. (PL/AF)