ARCEBISPO ARGENTINO AFIRMA: "DROGA COMPROMETE O FUTURO DO PAÍS"
La Plata, 14 ago (RV) - O arcebispo de La Plata, Argentina, Dom Héctor Rubén
Aguer, diante dos assaltos que acabam em homicídios, nas principais cidades do país,
advertiu sobre o crescente vínculo entre esses episódios _ cada vez mais freqüentes
_ e o consumo de drogas, e assinalou que, para combatê-los, se deve atacar o tráfico
de estupefacientes.
"Em geral, os delinqüentes são jovens e, na interpretação
que se faz desses fatos, se está acostumado a assinalar que a droga, ou seja, a dependência
dessas pessoas, de substâncias estupefacientes, é a principal causa que as leva a
cometer o crime" _ disse o arcebispo, acrescentando que, "por causa da alienação provocada
pelas drogas, essas pessoas se tornam capazes de desprezar a vida a tal ponto a vida,
que matam por um nada".
Dom Héctor Rubén Aguer lamentou a falta de políticas
de Estado, para conter esse fenômeno, e destacou a expansão da "elaboração, distribuição
e consumo de toda espécie de drogas, sem que surja e se articule uma reação suficiente
a contê-la".
O arcebispo ressaltou o trabalho das instituições sociais e confissões
religiosas que "atuam com generosidade, para atender as vítimas desse flagelo", mas
recordou que "a recuperação é custosa e o êxito _ proporcionalmente ao número de pessoas
atingidas _ é escasso" enquanto "continua crescendo, em progressão geométrica, a fonte
dessa calamidade".
Recordando as palavras do presidente do presidente do Pontifício
Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Cardeal Javier Lozano Barragán, perante
a Assembléia Geral das Nações Unidas, Dom Aguer sublinhou a necessidade de se "combater
a organização mercantil e financeira internacional da droga", formando uma "frente
compacta, que se empenhe em denunciar e perseguir legalmente os traficantes de morte"
e abatendo as redes de "desagregação moral e social", a fim de colocar um "freio eficaz,
à expansão do mercado de substâncias estupefacientes".
Quanto às dificuldades
para vencer a luta contra o tráfico de narcóticos, o prelado a atribuiu ao "silêncio"
que reina em torno desse imundo comércio: "Nos nossos bairros _ disse _ todos sabem
onde e quem vende drogas, mas todos se calam, como se não soubessem. Trata-se de uma
espécie de conspiração, uma rede de cumplicidades e interesses miseráveis, que envolve
gente muito poderosa. Com seu infame comércio, essa gente está comprometendo o futuro
da sociedade argentina" _ arrematou. (SP/AF)