Migrantes em Fátima:peregrinação internacional deixa apelos ao cuidado por quem partiu
da sua terra.
(13/8/2007) Um apelo em favor de quem parte da sua terra em busca de melhores condições
de vida marcou hoje a 35ª Peregrinação do Migrante e Refugiado a Fátima, a terceira
maior peregrinação do ano. Milhares de emigrantes em férias em Portugal e de imigrantes
que vivem no país marcaram presença no recinto. Na homilia da Missa desta manhã,
o Cardeal Sean O'Malley, Arcebispo de Boston (EUA), evocou "a sorte difícil" que os
imigrantes enfrentam nos primeiros tempos em terra estrangeira, quando procuram situação
estável e legal. "Hoje estão aqui muitos emigrantes que trabalham em terras diferentes",
lembrou, antes de falar do "amor especial que Deus tem pelos estrangeiros e os imigrantes".
O Cardeal evocou o contacto pessoal com muitos imigrantes nos EUA, durante 20
anos, e mostrou-se tocado pelo seu testemunho de fé, colocando "Deus em primeiro lugar".
Nesse sentido, disse que "quando descobrimos Deus, descobrimos quem somos nós" e o
que "devemos fazer da nossa vida". As cerimónias estão subordinadas ao tema "Família:
Santuário de vida, amor e identidade", que será reflectido ao longo da Semana Nacional
das Migrações, promovida pela Igreja Católica de 12 a 19 de Agosto. Ao longo destes
dias, os peregrinos são convidados a rezar em particular pela comunidade emigrante
no continente americano, que perfaz cerca de dois milhões de pessoas, segundo a estatística
da Igreja. Seguindo uma tradição já com quase 70 anos, a Peregrinação de Agosto
contou com a oferta do trigo, que se destina ao fabrico das hóstias utilizadas no
Santuário de Fátima. Grupos de Portugal e um grupo de Bari (Itália) ofereceram ainda
produtos típicos da terra. Na ocasião, os peregrinos foram informados de que em
2006 foram oferecidos 6031 quilos de trigo, utilizados em mais de um milhão e meio
de hóstias e partículas consagradas nas 6786 Missas que foram celebradas no Santuário
durante o ano passado. Na Peregrinação de Agosto estavam inscritos mais de 40
grupos ide 16 países. A dar apoio aos peregrinos, estavam 200 elementos, entre servitas
(162), escuteiros (35), dois médicos e um enfermeiro. (Ecclesia)