PRESIDENTE DO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A CULTURA PRESIDE EXÉQUIAS DO CARDEAL JEAN-MARIE
LUSTIGER
Paris, 10 ago (RV) – Foram celebradas esta manhã, na Catedral de Notre-Dame,
em Paris, as exéquias do Cardeal Jean-Marie Lustiger, arcebispo emérito da capital
francesa, falecido no último domingo, aos 80 anos.
Bento XVI enviou como seu
representante às exéquias do purpurado, o presidente do Pontifício Conselho para a
Cultura, Cardeal Paul Poupard.
Foi o Cardeal Poupard quem presidiu à missa
de corpo presente, que contou com a presença do cardeal-arcebispo de Colônia, Alemanha,
Joachim Meisner, do cardeal-arcebispo de Westminster, Inglaterra, Cormac Murphy-O'Connor,
do vigário do papa para a Diocese de Roma, Cardeal Camillo Ruini, e do cardeal-arcebispo
de Viena, Áustria, Christoph Schönborn, entre outros.
Participaram também da
celebração, representantes de outras Igrejas cristãs e comunidades eclesiais, além
de expoentes do Judaísmo, provenientes de diversos países. A França estava representada
pelo presidente do país, Nicolas Sarkozy, pelo primeiro-ministro, François Fillon
e outras personalidades do governo.
O Santo Padre enviou uma mensagem de pesar,
na segunda-feira, ao atual arcebispo de Paris, Dom André Vingt-Trois, por ocasião
do falecimento do purpurado. No texto, ele define o Cardeal Lustiger como uma "grande
figura da Igreja, pastor apaixonado pela busca de Deus e pelo anúncio do Evangelho
ao mundo".
O Santo Padre sublinha ainda, que o Cardeal Lustiger foi um "homem
de fé e de diálogo, que se dedicou generosamente à promoção de relações sempre mais
fraternas entre cristãos e judeus".
Segundo o presidente do Pontifício Conselho
para a Cultura, Cardeal Paul Poupard, o Cardeal Lustiger era uma pessoa íntegra e
decidida; uma pessoa que tinha uma forte presença também fisicamente: no corpo, na
face muito aberta, e nos seus olhos penetrantes.
"Quando nos encontrávamos
com ele _ disse o purpurado _ se respirava, mesmo antes que ele falasse, uma presença
forte, mediante a qual se podia descobrir que ele vivia como São Paulo. "Para mim
viver é Cristo" _ poderíamos resumir tudo assim. Arrebatado por Cristo como São Paulo,
em toda sua vida de sacerdote, e depois como bispo e arcebispo de Paris, foi sempre
Cristo."
O Cardeal Poupard sublinhou ainda, que o Cardeal Lustiger teve uma
função única no diálogo com o mundo judeu. "Ele que era de família judia, e descobriu
sozinho o Evangelho. Durante a II Guerra Mundial, estava em Orléans, junto com uma
família católica e, numa sexta-feira santa, escutou o mistério da paixão, na catedral.
Foi batizado aos 14 anos como Jean-Marie, mas conservou seu nome judeu _ Aron _ conservando,
assim, sua dupla e única personalidade: Jean-Marie Aron Lustiger" _ concluiu o cardeal
Poupard. (MJ)