ACUSAÇÃO RECHAÇA ACORDO NO PROCESSO DE PEDERASTIA QUE ENVOLVE O CARDEAL RIVERA CARRERA
Cidade do México, 10 ago (RV) – A acusação que atua no processo por pederastia,
no qual está envolvido o cardeal-arcebispo de Cidade do México, Norberto Rivera Carrera,
rejeitou ontem, um acordo econômico oferecido pela pelos advogados da defesa, segundo
informações fornecidas por seus representantes.
O porta-voz da Rede de Sobreviventes
de Abusos de Sacerdotes, Erick Barragán, declarou a uma emissora radiofônica local,
que a organização não tem intenção de aceitar "nenhuma negociação" fora dos tribunais.
"Os
autores da ação querem apenas que a verdade venha à tona" _ sublinhou Barragán, ressaltando
sua confiança em que o processo continue seu curso depois do dia 11 de setembro, quando
se decidirá se o juiz que atua no mesmo é competente para julgar os fatos.
O
porta-voz da Arquidiocese, Hugo Valdemar, por sua vez, admitiu que a acusação contra
o cardeal prejudicou a imagem da Igreja e acusou o Partido da Revolução Democrática
(PRD), de esquerda, de estar "atacando o cardeal, de maneira sistemática".
Valdemar
defende a inocência do Cardeal Rivera Carrera e expressou sua confiança em que a Justiça
possa demonstrar a total estranheza do purpurado, no que diz respeito às acusações
que lhe são imputadas.
A Rede de Sobreviventes de Abusos de Sacerdotes promoveu
uma ação por abusos sexuais de sacerdotes, em Los Angeles, EUA, que se concluiu, em
16 de julho passado, com um acordo extrajudicial que ofereceu 660 milhões de dólares
às vítimas: a mais alta indenização já paga pela Igreja Católica nos EUA.
O
processo que envolve o cardeal teve início no dia 24 de setembro de 2006, quando o
cidadão mexicano, Joaquín Aguilar, entrou com uma querela civil, nos EUA, contra o
Cardeal Rivera Carrera, acusando-o de ter acobertado o sacerdote Nicolás Aguilar,
que teria abusado do querelante quando este contava apenas 13 anos de idade. O sacerdote
se encontra foragido.
Joaquín Aguilar alegou que sua família tentou entrar
com uma ação no México, mas que "certos interesses" _ não melhor especificados _ impediram
que isso acontecesse. Por isso, ele decidiu apresentar o caso à Justiça norte-americana,
onde o sacerdote desempenhava seu ministério nos últimos anos.
No próximo
dia 11 de setembro, o juiz do processo, o estadunidense Elihu M. Berle, decidirá se
o caso é de sua competência ou não. (AF)