BISPO CUBANO FALA SOBRE O RELACIONAMENTO ENTRE IGREJA E ESTADO
Havana, 9 agos (RV) - O bispo auxiliar de Havana, Dom Juan de Dios Hernández
Ruiz, afirmou numa recente entrevista que "o elemento quantitativo não é o critério
que define a Igreja, o que a define é o seguimento a Jesus".
Falando à agência
de notícias Associated Press, o prelado recordou a visita, em 1998, de João
Paulo II à Ilha, na qual pediu que "Cuba se abra ao mundo e o mundo se abra a Cuba",
e destacou que "o Santo Padre veio a Cuba como vai a todas as Igrejas, para confirmá-la
na fé; veio para toda Cuba, mas de um modo especial para aqueles que tiveram a experiência
de fé".
Em seguida, o bispo auxiliar de Havana ressaltou que "o Santo Padre
cria grandes expectativas porque é uma figura internacional, mas isso não pode deixar
opaca a figura central de ser o Pedro de hoje, a quem Jesus dá um mandato".
Ao
referir-se à relação Igreja-Estado no país, o prelado cubano manifestou que "tem que
olhar a situação em um marco processual" e que a relação com o governo "por vezes
é lento", outras vezes "acelera-se", há elementos de discrepância e outros de coincidência.
"Penso que vamos caminhando", precisou.
"Desde o Encontro Nacional Eclesiástico
cubano deixou de ser uma Igreja entrincheirada, nessa relação Igreja-Estado passamos
por anos difíceis. Demo-nos conta de que a Igreja não pode viver se defendendo sem
anunciar o Evangelho", explicou.
Ao falar dos evangélicos e das pessoas que
promovem o "candomblé" (e outras vertentes desta), Dom Hernández assinalou que "não
se pode enfrentar uma realidade lutando contra ela; deve-se acolher essas pessoas
com essa fé, chamemo-la assim, rudimentar. E tratemos de ajudar para que encontrem
a verdadeira fé que faz a pessoa crescer".
Ao falar do plano pastoral para
a ilha caribenha, o bispo insistiu na necessidade de fortalecer a formação e a consciência
dos católicos, o "discipulado" para que cada fiel viva "com coerência aquilo que prega".
(SP)