Cidade da Guatemala, 7 agos (RV) - O arcebispo de Cidade da Guatemala, Cardeal
Rodolfo Quezada Toruño, assinalou que "a Igreja perdoa e esquece, mas queremos saber
a quem temos que perdoar", disse ele em alusão ao assassinato, em 1998, do bispo auxiliar
da capital guatemalteca, Dom Juan José Gerardi, cujos autores intelectuais ainda
não foram descobertos.
Nesse sentido, expressou que com a aprovação, por parte
do Congresso, da "Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala", pode-se
conseguir descobrir os autores intelectuais. "Indubitavelmente, Dom Gerardi não é
o único assassinado no país, mas é um caso que deve ser esclarecido", frisou o purpurado
durante a missa do último domingo.
O Cardeal Toruño disse estar de acordo com
a aprovação da Comissão, mas advertiu que "os cidadãos estão obrigados a ver como
se desdobra" esta comissão, à qual a ONU "deve mandar gente capaz e honesta".
Com
relação ao caso de Dom Gerardi, o arcebispo de Cidade da Guatemala recordou que "o
Tribunal já pediu que se investigasse os possíveis autores intelectuais. Essa é missão
do Ministério Público e veremos se nos colocamos como querelantes".
Dom Juan
Gerardi foi assassinado no dia 28 de abril de 1998. A justiça só julgou e condenou
à prisão Byron Lima Oliva, Byron Disrael Lima, e o sacerdote Mario Orantes Nájera,
enquanto um quarto envolvido foi assassinado em 2003 na prisão. Inclusive não se estabeleceu
quem ou quais ordenaram o crime contra o prelado.
A criação da Comissão Internacional
contra a Impunidade na Guatemala é apoiada pela ONU e foi aprovada na quarta-feira
passada pelo Congresso, que o definiu como uma necessidade de "urgência nacional",
ante uma indecisão de vários anos.
A Comissão estará integrada por especialistas
internacionais que deverão descobrir grupos criminosos com vínculos nas dependências
públicas. (SP)