A riqueza não serve para comprar o Paraíso- salientou Bento XVI antes da recitação
do Angelus em Castelgando. O Papa recordou o seu predecessor Paulo VI que guiou a
Igreja em anos nada fáceis, e o Patriarca Teoctist, falecido nos dias passados,que
favoreceu o diálogo ecuménico
(5/8/2007) Acumular dinheiro e propriedades não serve para entrar no Paraíso. Por
isso a riqueza não deve ser considerada um bem absoluto. Bento XVI quis recordá-lo
neste Domingo aos fiéis congregados no pátio da residência de verão de Castelgandolfo
para recitação do Angelus do meio dia
A riqueza embora seja em si um bem, não
deve ser considerada um bem absoluto. Sobretudo não assegura a salvação, pelo contrário
poderia até mesmo comprometê-la seriamente. É precisamente para este perigo que Jesus
chama a atenção dos seus discípulos na pagina evangélica deste Domingo. É sapiência
e virtude não apegar o coração aos bens deste mundo, porque tudo possa, tudo pode
acabar repentinamente.
Ocorrerá amanhã o 29º aniversário da morte de Paulo
VI, a 6 de Agosto de 1978, em Castelgandolfo, na solenidade da Transfiguração do
Senhor. Bento XVI quis recordar aquele acontecimento pondo em realce a missão do
seu predecessor em anos nada fáceis do século passado. “O dia da solenidade da
Transfiguração permanece ligado á memoria do meu venerando predecessor, o Servo de
Deus Paulo VI, que precisamente aqui, em Castelgandolfo, em 1978 completou a sua missão
e foi chamado a entrar na casa do Pai celeste: a sua recordação seja para nós convite
a olhar para o Alto e a servir fielmente o Senhor e a Igreja, como ele fez em anos
nada fáceis do século passado. Que esta graça seja obtida pela Virgem Maria que
hoje recordamos de maneira particular, celebrando a memoria litúrgica da Dedicação
da Basílica de Santa Maria Maior. Como se sabe - salientou o Papa – esta é a primeira
Basílica do Ocidente construída em honra de Maria e reedificada em 432 pelo Papa Sisto
III para celebrar a maternidade divina da Virgem, dogma que tinha sido proclamado
solenemente no Concilio ecuménico de Éfeso, no ano precedente. Que a Virgem Maria,
que mais do que qualquer outra criatura participou no mistério de Cristo, nos sustente
no nosso caminho de fé, para que, como a liturgia nos convida a rezar hoje, trabalhando
com as nossas forças a submeter a terra não nos deixemos dominar pela ambição e pelo
egoísmo, mas procuremos sempre aquilo que vale diante de Deus”.
Depois da recitação
do Angelus, Bento XVI quis dirigir um pensamento especial aos responsáveis e aos fiéis
da Igreja ortodoxa romena, a poucos dias da morte do patriarca Sua Beatitude Teoctist.
Ás exéquias solenes, que tiveram lugar sexta feira na catedral patriarcal de Bucareste
– disse o Papa - enviei como meu representante o cardeal Walter Kaspers, Presidente
do conselho pontifício para a promoção da unidade dos cristãos, com uma delegação
especial. E Bento XVI salientou: “Com estima e afecto quero recordar esta nobre
figura de Pastor que amou a sua Igreja e deu um contributo positivo ás relações entre
católicos e ortodoxos, encorajando constantemente a Comissão Mista Internacional para
o Diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja ortodoxa no seu conjunto. Testemunhos
claros do seu empenho ecuménico são também as duas Visitas que ele efectuou ao meu
venerando predecessor João Paulo II e o acolhimento que por sua vez, o Patriarca reservou
ao Bispo de Roma na sua histórica peregrinação á Roménia em 1999. Eterna seja a
sua memoria: é assim que a tradição litúrgica ortodoxa encerra o serviço fúnebre de
todos aqueles que adormecem no Senhor. Façamos nossa esta invocação, pedindo ao Senhor
que acolha este nosso Irmão no seu reino de luz infinita e lhe conceda o repouso e
a paz prometidos aos servidores fieis do Evangelho