EMBAIXADOR ESPANHOL JUNTO À SANTA SÉ PEDE RECONHECIMENTO DO PAPEL DA IGREJA
Madri, 27 jul (RV) - O embaixador da Espanha junto à Santa Sé, Francisco Vázquez,
pediu que se reconheça o papel da Igreja "em toda sua importância". O pedido do diplomata
foi feito em declarações a jornalistas após fazer uma conferência no Curso de Verão
sobre Bento XVI, organizado pela Fundação Universidade Rey Juan Carlos, na pequena
cidade de Aranjuez, a 48Km de Madri.
O diplomata respondeu a várias questões
de atualidade e deu sua opinião sobre as atuais relações entre o governo de Madri
e a Conferência Episcopal Espanhola. Ele afirmou que quando vai à Espanha, nota "um
clima excessivamente exagerado quanto a sublinhar tensões, diferenças, que vão além
do que uma e outra instituição _ governo e Conferência episcopal _ propõem em seus
documentos, escritos e pronunciamentos".
"Há diferentes opiniões em questões
que reconheço importantes, sobretudo uma que preocupa a Igreja, o direito dos pais
a que seus filhos recebam educação católica. Temos de seguir dialogando", sublinhou.
No
que diz respeito às relações governo-Santa Sé _ que são as que lhe competem em sua
qualidade de embaixador _ disse que "já não são notícia, o que significa que funcionam
perfeita e harmonicamente". O embaixador disse que "também se negociaram e acordaram
muitíssimas questões ao longo deste ano".
Francisco Vázquez confessou que seu
"desejo é que o papel da Igreja seja reconhecido em toda sua extensão e em toda sua
importância, porque é uma instituição-chave para nossa coesão, nossa estruturação
histórica, de pensamento, intelectual, e outros".
Com relação à vigência dos
Acordos entre a Santa Sé e o governo espanhol, afirmou que "não há nenhuma intenção,
nem nenhuma vontade de alterar ou modificar um marco de relações que funcionou perfeitamente
e que permitiu chegar a acordos em diferentes etapas da história recente da Espanha".
Sobre
o resultado de uma pesquisa conhecida nestes dias, que mostra a Igreja como uma das
instituições menos valorizadas, Vázquez disse que não crê que tal pesquisa "reflita
o conceito de Igreja", mas "discrepâncias pontuais".
"A Igreja espanhola é
aceita, querida, e reflete o sentir e a consciência da maior parte dos espanhóis,
praticantes e não-praticantes, ela nos impregna, nos dá sentido como país e sem ela
não teria sentido nosso próprio modelo de sociedade, isto é importante", destacou.
(SP)