Diálogo entre religiões exige diálogo entre culturas.
(27/7/2007) O diálogo entre religiões e o diálogo entre culturas estão intimamente
unidos, explica o cardeal Paul Poupard, presidente do Conselho Pontifício da Cultura.
O
purpurado francês, interveio nesta quinta-feira num curso de verão organizado pela
Universidade Rey Juan Carlos, de Madrid, sobre o tema «Bento XVI e o diálogo entre
as culturas e as religiões reflectindo com os jovens universitários espanhóis sobre
a transcendência da dimensão cultural como cruzamento de caminhos com as religiões.
Entrando no fascinante mundo das religiões, o autor do «Dicionário das religiões»
mostrou como no pensamento do pontífice e do teólogo Josef Ratzinger existe uma continuidade
essencial entre o diálogo entre as culturas e o diálogo inter-religioso.
Esta
convicção converteu-se no eixo central da conferência: «não pode dar-se um autêntico
diálogo inter-religioso se não é sobre a base da cultura; e vice-versa, todo diálogo
intercultural é, em última instância, um diálogo sobre as grandes questões religiosas».
O cardeal Poupard mostrou a contribuição original do Papa Bento XVI para um
encontro e um diálogo mais intenso entre os homens de cultura e os representantes
das diversas religiões.
Apresentou como, apesar das aparências de antagonismo
e dos desafios do pluralismo religioso, é possível captar algumas constantes, tais
como: «a tarefa de dar sentido globalmente à própria existência» e «o dinamismo para
superar o visível e ir mais além».
A relação com o transcendente é património
comum das culturas e das religiões, sublinhou.
O cardeal recordou como, no
pensamento do Papa, o juízo crítico da razão oferece uma purificação às religiões,
ajudando a sublinhar o universal a todo homem: «os direitos do homem, e especialmente
a liberdade da fé e do seu exercício».