ECUMENISMO SE CONTRÓI ALICERÇADO NA VERDADE, DIZ SECRETÁRIO DA CONGREGAÇÃO PARA A
DOUTRINA DA FÉ
Cidade do Vaticano, 26 jul (RV) - O secretário da Congregação para a Doutrina
da Fé, Arcebispo Angelo Amato, fez uma conferência nesta terça-feira, dia 24, no curso
de verão intitulado "Bento XVI: pensamento e proposta no II aniversário de seu
pontificado", que está se realizando durante esta semana em Aranjuez, na Espanha,
organizado pela Fundação Universidade Rey Juan Carlos.
Durante o curso de verão,
o arcebispo afirmou que o documento publicado pela Congregação para a Doutrina da
Fé, intitulado "Respostas a questões relativas a alguns aspectos da Doutrina sobre
a Igreja", é um texto que repete o que o diz o Concílio Vaticano II, que a "única
Igreja de Cristo subsiste na história na Igreja Católica", e acrescentou que ao reiterar
isso não afirma um "vazio" eclesial fora da Igreja Católica.
Antes de se pronunciar
numa conferência sobre "Jesus de Nazaré na Cristologia de Bento XVI" e sobre o livro
do papa, o arcebispo teve um breve encontro com alguns jornalistas. Dom Amato disse
que o texto declara que as Igrejas Ortodoxas orientais têm uma reta compreensão da
sucessão apostólica e dos sacramentos, sobretudo da Eucaristia, e podem considerar-se,
portanto, "Igrejas".
"O texto é muito positivo para o encontro ecumênico porque
dá uma identidade precisa à Igreja católica e o ecumenismo constrói-se alicerçado
na verdade e na identidade dos interlocutores" _ disse o arcebispo.
Em relação
às comunidades eclesiais da Reforma, que não aceitam a sucessão apostólica e uma reta
compreensão da Eucaristia, Dom Angelo Amato explicou que elas mesmas se chamam "comunidades
eclesiais da Reforma", e esta definição é usada tanto pela Congregação para a Doutrina
da Fé como pelo Concílio Vaticano II.
Sobre a reação dos protestantes perante
o documento, o arcebispo desmentiu que houvesse incômodos, porque "eles sabem que
essa é a nossa identidade e não é a primeira vez que a Congregação afirma isso". O
arcebispo também recordou que no ano 2000, a famosa Instrução "Dominus Iesus"
afirmava exatamente o mesmo.
Dessa forma, o secretário da Congregação para
a Doutrina da fé insistiu na importância para o diálogo ecumênico de reconhecer que
a Igreja de Cristo não é um "mito" ou um "ideal" que se tornará realidade com a união
das Igrejas, mas que subsiste na história na Igreja católica.
"A Igreja de
Cristo existe na história, é já uma realidade concreta na história, que procura a
unidade, através do diálogo ecumênico, com todas as outras expressões" _ finalizou
Dom Angelo Amato. (MJ)