IGREJA ORTODOXA RUSSA DESCARTA ACUSAÇÕES DE ACADÊMICOS
Moscou, 25 jul (RV) - A Igreja ortodoxa rechaçou as acusações formuladas por
dez acadêmicos russos _ entre eles, os Prêmios Nobel em Física Vitali Ginsburg e Zhores
Alférov _ que a haviam censurado numa carta pública por "fazer julgamentos" e "suplantar
com a fé os conhecimentos científicos", bem como erradicar do terreno da educação
"a visão materialista do mundo".
A Igreja ortodoxa russa reconhece o avanço
da ciência, opõe-se à mentalidade totalitária e procura consolidar a sociedade, sublinhou
o porta-voz do Patriarcado de Moscou, o sacerdote Vladímir Vigilianski.
"A
guerra dos ateus contra a Igreja se esconde atrás do êxito da ciência, apesar de que
há um grande numero de cientistas crentes, para os quais a fé não entra em contradição
com o conhecimento", afirmou ele.
O Patriarca de Moscou e de todas as Rússias,
Aleksej II, é membro da Academia Russa de Ciências, cujo presidente, Yuri Osipov,
colabora com a Igreja, bem como um bom número de outros acadêmicos e cientistas, disse.
Os
signatários da carta pública haviam pedido ao governo que impedisse a inclusão da
Teologia na lista oficial das disciplinas científicas, demanda que o referido porta-voz
qualificou de "inaceitável" e parecida à "luta contra moinhos de vento". Também descartou
o argumento de que o ensino de Bases de Cultura Ortodoxa nas escolas equivaleria à
reintrodução da Lei de Deus como disciplina obrigatória.
Pe. Vigilianski recordou
aos signatários da carta que "a atividade anti-religiosa de seus predecessores" havia
derivado "num banho de sangue e na destruição de estratos inteiros da cultura". (MZ)