ARCEBISPO CHILENO DIZ QUE "MOTU PROPRIO NÃO É NOSTALGIA"
Concepción, 18 jul (RV) - O Arcebispo de Concepción, no Chile, Dom Ricardo
Ezzati Andrello (salesiano), assinalou que a motivação de fundo do Motu Proprio Summorum
Pontificum de Bento XVI, que liberaliza o Missal de 1962, aprovado pelo então
papa João XXIII, não é uma "nostalgia de museu" de tipo arqueológico litúrgico, mas
sim um autêntico zelo pastoral que busca a comunhão na Igreja.
Ao refletir
sobre as motivações de fundo do documento pontifício, o arcebispo assinalou que esse
Motu Proprio deve ser entendendido como "abertura da Igreja Católica a grupos mais
tradicionalistas que se haviam separado dela", e destacou que "a grande finalidade
do papa é a comunhão".
Do mesmo modo, Dom Ricardo pediu para esse documento
não ser interpretado como a volta das missas em latim, porque isso seria ficar só
no lingüístico. Nesse sentido esclareceu que a Eucaristia _ segundo o Missal de uso
comum antes da reforma litúrgica _ é celebrada nessa língua, mas implica, além disso,
uma estrutura distinta da contemplada no Missal aprovado por Paulo VI.
Dom
Ricardo afirmou ainda que a missa em latim segundo o Missal de Pio V _ reformado por
João XXIII em 1962 _ nunca foi juridicamente suspensa, e sempre esteve permitida depois
do Concílio Vaticano II. Entretanto, até agora era necessária a autorização expressa
do bispo para utilizá-lo em uma cerimônia.
Por último, o arcebispo chileno
assinalou que Bento XVI, ao promulgar esse documento, insistiu que o retorno a usos
tradicionais não implicava nenhuma negação às determinações do Concílio Vaticano II,
nem a "uma de suas reformas essenciais, ou seja, a reforma litúrgica", e que o uso
da língua vernácula na missa, em nosso caso o espanhol _ frisou ele _, seguia sendo
"o normal", e o latim, "o extraordinário". (JD)