SANTA SÉ EXIGE ANÁLISE DAS CAUSAS DA CRESCENTE DESIGUALDADE ENTRE OS PAÍSES
Genebra, 17 jul (RV) - A Santa Sé solicitou que sejam analisadas as causas
que, na era da globalização, continuam a provocar a crescente desigualdade entre países
ricos e pobres.
O pedido foi feito pelo observador permanente da Santa Sé junto
aos organismos das Nações Unidas em Genebra, Suíça, Arcebispo Silvano Tomasi, falando
perante a reunião do Conselho Econômico Social da ONU (ECOSOC), realizada de 2 a 6
de julho.
O representante da Santa Sé começou recordando que, "ao invés de
diminuir, o número de pobres que vivem com menos de dois dólares por dia aumentou,
chegando a um bilhão e 370 milhões de pessoas, e se calcula que 854 milhões de pessoas
no mundo, sofrem de desnutrição".
"Em várias regiões da África e da Ásia, a
expectativa de vida é quase a metade da existente nos países ricos, e o índice de
analfabetismo alcança níveis muito elevados", _ denunciou Dom Tomasi.
Nesse
contexto, defendeu a união dos países pobres e ricos, na análise das "razões profundas,
que levam os países em desenvolvimento a encontrar tantas dificuldades para superar
os motivos" que os impedem de viver uma vida digna.
Isso significa _ esclareceu
_ que "a eliminação da pobreza exige uma integração entre os mecanismos que produzem
bem-estar e os mecanismos para a distribuição de seus benefícios, no âmbito internacional,
regional e nacional".
Segundo o prelado, "uma atitude no crescimento econômico
baseada na liberalização absoluta demonstrou ser insustentável social e economicamente,
em longo prazo".
Ao mesmo tempo _reconheceu o arcebispo _ o sistema de ajudas
ao desenvolvimento deve ser analisado novamente.
A remissão da dívida externa
_ constatou o representante da Santa Sé na ONU, em Genebra _ não deu os resultados
esperados, de "um maior acesso à educação, à saúde e aos serviços sociais". Por isso
"o ponto importante é saber "como" oferecer uma ajuda adicional e não apenas se essa
ajuda adicional é necessária ou não".
Dom Tomasi insistiu também, na necessidade
de promover a educação e a saúde, não somente por parte dos governos, mas também de
grupos que baseiam sua ação de ajuda em convicções religiosas. (JD)