DOM MARCHETTO: CLANDESTINIDADE NÃO SIGNIFICA CRIMINALIDADE
Bruxelas, 12 jul (RV) - Os imigrantes contribuem para o bem-estar do país que
os acolhem e devem ter garantida a sua liberdade: foi o que destacou o secretário
do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, o Arcebispo
Agostino Marchetto, em seu pronunciamento feito nesta terça-feira em Bruxelas, no
Fórum global sobre Migração e desenvolvimento, do qual participou também o secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon.
"Clandestinidade não significa criminalidade", acrescentou
o Arcebispo Marchetto, reiterando o apelo pontifício pela ratificação da Convenção
Internacional sobre os Direitos dos Migrantes.
Sobre os resultados desse importante
Fórum europeu, o representante da Santa Sé foi ouvido pela Rádio Vaticano. Eis o que
ele nos disse:
Dom Agostino Marchetto:- "Creio que, como resultado,
já se pode dizer que se está afirmando uma visão que até dois-três anos atrás parecia
impossível: a ligação que existe entre migração e desenvolvimento. A segunda coisa
é a grande presença nesse encontro _ são mais de 115 países _ e também isso significa
um interesse da comunidade internacional pelo fenômeno migratório, em todos os seus
aspectos."
P. Dom Marchetto, a seu ver desenvolvimento, lucro e dignidade
humana são conciliáveis na migração?
Dom Agostino Marchetto:- "Essa
é a grande questão e esse é também o ponto que eu coloquei no breve discurso que fiz:
os seres humanos não são primariamente e unicamente um fator econômico, mas pessoas
humanas, dotadas de uma inata dignidade e de iguais e inalienáveis direitos. Portanto,
ao mesmo tempo, nem mesmo o desenvolvimento pode se dizer autêntico se esse for obtido
em detrimento do povo comum. Para ser autêntico, o desenvolvimento deve ser de toda
pessoa e da pessoa toda: essa é a visão da Doutrina Social da Igreja, a visão da integralidade."
(RL)