2007-07-12 17:07:26

RESPOSTA DO CARDEAL WALTER KASPER ÀS CRÍTICAS DAS IGREJAS PROTESTANTES AO DOCUMENTO SOBRE A IGREJA CATÓLICA


Cidade do Vaticano, 11 jul (RV9 - A Declaração da Congregação para a Doutrina da Fé, publicada ontem, terça-feira, intitulada "Respostas a questões relativas a alguns aspectos da doutrina sobre a Igreja", provocou reações de irritação entre os cristãos protestantes.

"Uma segunda leitura mais serena poderá mostrar que o documento não diz nada de novo, mas expõe e explica, sinteticamente, a posição até hoje defendida pela Igreja Católica": é o que afirma o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, que reage às reações frente à publicação do documento da Congregação para a Doutrina da Fé.

"Não se verificou uma nova situação _ observa o purpurado _ e, portanto, não existe nem mesmo uma razão objetiva de ressentimento ou motivos para sentir-se tratados bruscamente. Todo diálogo pressupõe clareza sobre as posições."

Falando das comunidades da Reforma, o Cardeal Kasper precisa que "foram justamente os protestantes" que pediram "recentemente" um "ecumenismo de "perfis definidos"".

"Agora _ acrescenta ele _ a presente declaração expõe e define o perfil católico, isto é, o que, do ponto de vista católico, infelizmente, ainda nos divide. Isso não limita o diálogo, mas, antes, o favorece."

"Uma leitura atenta do texto _ prossegue o presidente do organismo pontifício que busca promover a unidade entre os cristãos _ esclarece que o documento não diz que as Igrejas protestantes não são Igrejas, mas que elas não são Igrejas no sentido próprio, isto é, elas não são Igrejas no sentido no qual a Igreja Católica se entende por Igreja. Isso, para qualquer pessoa de média formação ecumênica, é uma coisa óbvia" _ enfatiza.

De fato _ ressalta o Cardeal Kasper _ "as Igrejas evangélicas não querem nem mesmo ser Igreja no sentido da Igreja Católica; fazem questão de ter um conceito de Igreja e de ministério que, por sua vez, não responde ao conceito próprio dos católicos".

"Quando, logo após a declaração "Dominus Iesus" _ recorda o purpurado _ afirmei que as Igrejas protestantes são Igrejas de outro tipo, isso não estava em contraste com a formulação da Congregação para a Doutrina da Fé, como pretendiam algumas reações por parte evangélica."

"Pelo contrário _ continua o cardeal alemão _ procurei uma interpretação apropriada da qual tenho convicção até hoje. Sobretudo porque _ observa _ os católicos, ainda hoje, falam de Igrejas protestantes, da EKD como Igreja Evangélica da Alemanha, da VELKD como Federação das Igrejas Evangélicas Luteranas na Alemanha, da Igreja da Inglaterra, e assim por diante."

"A Congregação para a Doutrina da Fé _ reitera o purpurado _ não fez outra coisa a não ser evidenciar que nós usamos a palavra Igreja, atribuindo a ela um significado que não é plenamente igual. A declaração presta um serviço à clareza e, conseqüentemente, ao progresso do diálogo. Mas, sem dúvida _ reconhece ainda o Cardeal Kasper _ na base do diálogo não está aquilo que nos divide, mas aquilo que nos une, e que é maior do que aquilo que nos divide." (RL)







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