MINISTRO DO EXTERIOR VENEZUELANO AFIRMA QUE BISPOS QUEREM SER "INQUISIDORES" DA "REVOLUÇÃO"
DE CHÁVEZ
Caracas, 12 jul (RV) – O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás
Maduro, afirmou ontem, que os bispos venezuelanos atuam como "dirigentes políticos"
e pretendem ser "inquisidores" do governo do presidente Hugo Chávez.
A reação
do ministro está ligada às duras críticas do Episcopado, feitas durante sua 88ª Assembléia
Plenária, realizada na semana passada, no decorrer da qual, os bispos reiteraram suas
dúvidas sobre o caráter democrático da reforma constitucional promovida por Chávez,
sobre o "populismo" do governo e sua presumível tendência marxista-leninista".
O
chefe da diplomacia venezuelana disse aos meios de comunicação, na sede do Ministério,
que "como cidadão e como cristão (...) não posso deixar de me sentir indignado, e
de rechaçar as opiniões dos membros da Conferência Episcopal Venezuelana".
"Deploro
que "pessoas utilizem suas batinas" e sua influência como religiosos _ acrescentou
Maduro _ "para emitir juízos políticos", que "estão muito distantes da realidade venezuelana",
além de fazerem parte de um "plano desestabilizador" contra o governo "revolucionário".
"Parece
uma nova Inquisição, utilizando, porém, os velhos manuais da guerra fria" _ criticou
o ministro.
Ao término de sua 88ª Assembléia Plenária, o Episcopado venezuelano
emitiu uma exortação apostólica, na qual, além de reiterar suas críticas contra a
reforma constitucional promovida pelo governo, insistiu num "chamado urgente" ao respeito
pela dissidência, e convocou à reconciliação nacional e à solidariedade. (AF)