BISPOS DEFENDEM PRONUNCIAMENTO DE EPISCOPADO SOBRE REALIDADE DA VENEZUELA
Caracas, 11 jul (RV) - O presidente da assembléia plenária do Episcopado da
Venezuela, Dom Ovídio Pérez, e o bispo de Guayana, Dom Mariano José Parra Sandoval,
afirmaram que o pronunciamento da Conferência Episcopal Venezuelano (CEV) sobre a
realidade do país não é uma ingerência em assuntos que não lhe competem, como querem
fazer crer ao povo, mas sim o exercício de seu dever de iluminar a vida dos paroquianos.
"A
Igreja não pode desinteressar-se do ser humano concreto para ir atrás de coisas etéreas"
_ declarou Dom Ovidio Pérez, que também assinalou que, pelo fato de ela ser constituída
por homens "e não por anjos", tem a obrigação de fomentar "a convivência humana, para
que seja fraterna, solidária e respeitosa dos direitos humanos".
Nesse sentido,
defendeu a exortação pastoral da Conferência Episcopal Venezuelana ao finalizar sua
88ª Assembléia Plenária que, entre outras coisas, adverte sobre as pretensões do governo
de Hugo Chávez, de dirigir o país para o que ele chama de "um sistema marxista-leninista,
ou seja, um sistema comunista", através da reforma constitucional.
Por sua
vez, Dom Parra Sandoval disse que os bispos se pronunciaram sobre a realidade da Venezuela
não porque querem se meter na vida político-partidária do país, mas sim para cumprir
com o dever como pastores, de iluminar a vida de seus fiéis.
Dom Parra Sandoval
reiterou que a reconciliação do país se obterá por meio de diálogo e não de imposição.
Recordou que é necessário "escutar os que pensam diversamente" e procurar soluções
em conjunto. (JD)