REPRESENTANTE VATICANO SOLICITA AO ACNUR QUE AUMENTE O NÍVEL DE SEGURANÇA DOS REFUGIADOS
QUE PEDEM EXÍLIO
Genebra, 03 jul (RV) - O Alto Comissariado das ONU para Refugiados (ACNUR)
proponha às NN.UU., maior coordenação das políticas relacionadas aos fluxos migratórios,
para conter o drama dos milhares de pessoas que morrem na tentativa de reconstruir
uma vida longe das tragédias de seus países, em particular os refugiados do Oriente
Médio. Foi a solicitação feita pelo Observador Permanente da Santa Sé no escritório
da ONU em Genebra, Suíça, o Arcebispo Silvano Maria Tomasi, em seu pronunciamento
dias atrás durante a reunião do Comitê executivo do ACNUR.
No drama mundial
que concerne à realidade diária de imigrados em nações consideradas um meio para se
construir um futuro, do contrário impossível nos países de proveniência, há um aspecto
corrente e trágico que passa em segundo plano: o da morte que muitos refugiados encontram
na tentativa de refazer a vida.
As questões jurídicas e a regulação dos fluxos
de quem pede asilo têm precedência sobre a sorte de quem não conseguiu atravessar
aquele trecho de deserto ou aquele braço de mar que significava a salvação. O representante
vaticano se deteve sobre esse específico problema, e sobre possíveis soluções que
o ACNUR poderia propor.
Os refugiados estimados pelo ACNUR _ recordou o prelado
_ são atualmente 32 milhões, mas o fenômeno está em "crescimento" e "há diversos anos"
é acompanhado de outro fenômeno _ observou o Arcebispo: o "dos terríveis incidentes
mortais ocorridos na tentativa de alcançar um porto seguro por parte de milhares de
pessoas obrigadas por circunstâncias desesperadoras a buscar uma saída fugindo do
próprio país.
Tal fenômeno _ acrescentou Dom Tomasi _ "não é somente regional.
É persistente no Mediterrâneo para as pessoas que tentam passar da África para a Europa:
no Atlântico para quem atravessa a África ocidental rumo às Ilhas Canárias.
Outras
pessoas perdem a vida, saindo do leste da África rumo à península árabe; ou das ilhas
caribenhas rumo ao continente americano; do México, atravessando o deserto, para chegar
aos EUA; e em algumas regiões da Ásia.
Dom Tomasi convidou o Comitê executivo
do ACNUR a verificar se existe "um vazio normativo" para a proteção dessas vítimas
que _ disse _ "encontram a morte na tentativa de fugir de outras formas certas de
morte física ou psicológica". (RL)