(4/7/2007) O presidente em exercício do Conselho Europeu, José Sócrates, defendeu
em Acra a criação de uma nova parceria entre UE e África, com uma "estrutura de topo
politicamente vinculativa". O primeiro-ministro português, acompanhado do presidente
da Comissão Europeia, Durão Barroso, participou ontem na cimeira da União Africana,
na qualidade de convidado.
"A nossa ambição é construir um mecanismo de diálogo
global, ao mais alto nível, que permitirá conferir uma maior profundidade às relações
euro-africanas", afirmou Sócrates, na intervenção perante os líderes africanos.
Os
dirigentes europeus aproveitaram a deslocação ao Gana para tentarem garantir a realização
da Cimeira UE-África, em Lisboa, a 8 e 9 de Dezembro. Esta reunião, que a presidência
portuguesa da UE considera crucial, está em dúvida.
O problema entre os dois
blocos tem a ver com as sanções impostas pela UE ao Zimbabwe e respectivos dirigentes.
Em consequência, o presidente deste país, Robert Mugabe, não pode viajar para a Europa.
Solidários com Mugabe, os líderes africanos recusam-se a participar nos encontros
de alto nível com os europeus.
Ontem, em Acra, Durão Barroso defendeu a realização
de cimeiras semestrais (em vez de anuais), alternadamente entre os dois continentes.
O objectivo é estabelecer uma relação mais sólida, que possa resolver problemas como
pobreza ou imigração clandestina.
Nos trabalhos da cimeira da União Africana,
destaque para uma proposta do líder líbio, Muammar Kadhafi, que propôs a criação de
um "governo africano" com 15 ministros, no âmbito da defesa da sua antiga ideia de
serem criados os Estados Unidos de África.