CARDEAL TAURAN FALA SOBRE A POLÍTICA DA SANTA SÉ NAS RELAÇÕES ENTRE ISRAEL E O VATICANO
Cidade do Vaticano, 02 jul (RV) - O novo presidente do Pontifício Conselho
para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, participou do encontro
organizado em Roma, por ocasião da publicação de "Aspenia 37", revista do Instituto
Aspen Itália. O objetivo do encontro foi refletir sobre a situação em que vive o Estado
de Israel. A revista analisa as relações políticas entre Israel e a Europa, e o risco
que representa para o Estado judaico, a ascensão do fundamentalismo islâmico.
O
pronunciamento do Cardeal Tauran introduziu o discurso sobre as relações entre Israel
e o Vaticano, analisando em quatro pontos a política da Santa Sé.
Sendo uma
potência de caráter moral e religioso, a Santa Sé baseia-se em princípios, e esses
princípios obviamente são sempre os mesmos, disse o purpurado citando-os.
O
primeiro é que os papas quiseram sempre permanecer acima das partes como última instância
para todas as partes do conflito. Segundo: a Santa Sé como sujeito de Direito Internacional
de caráter religioso, jamais quis propor soluções técnicas, mas procurou, sobretudo,
facilitá-las. Terceiro: a Santa Sé reconhece os legítimos direitos tanto dos israelenses
quanto dos palestinos a terem um Estado. Isso porque, para a Santa Sé, se trata de
um problema de justiça internacional.
Quarto e último princípio: a Santa Sé
não esquece a presença de comunidades cristãs tanto em Israel quanto na Palestina
e, portanto, sempre defendeu os direitos das mesmas, em particular o direito à liberdade
de consciência e de religião.
Passando da política à fé, o presidente do Pontifício
Conselho para o Diálogo Inter-religioso recordou que Jerusalém é um lugar simbólico,
no qual convivem dois problemas: um, de caráter político-territorial, de saber se
Jerusalém deve ser a capital de um Estado ou de dois Estados; e um, de caráter espiritual,
que diz respeito ao status dos lugares santos das três religiões: Cristianismo, Judaísmo
e Islamismo.
A presença de lugares santos para as três religiões dá à cidade
de Jerusalém um caráter sagrado e unido e devemos preservar, no futuro, essa sacralidade
e o caráter único da cidade deveria ser objeto de um status especial internacionalmente
garantido, ponderou o purpurado. (RL)