RELATIVISMO MORAL E INDIFERENÇA RELIGIOSA: DESAFIOS À IGREJA EM PORTO RICO
Cidade do Vaticano, 30 jun (RV) - Preservar e aumentar o dom da unidade na
Igreja, para afrontar as transformações sociais, culturais e religiosas pelas quais
está passando Porto Rico: foi o premente convite de Bento XVI aos prelados do país
caribenho associado aos EUA, em visita "ad Limina", recebidos esta manhã, no Vaticano.
Os
bispos de Porto Rico expressaram ao papa "preocupação pelos desafios e as dificuldades"
a serem afrontadas neste momento histórico. E Bento XVI compartilhou das inquietações
dos prelados pelas transformações que ocorrem em seu país, no âmbito social, econômico
e também religioso, que favorecem a indiferença religiosa e o relativismo moral, atingindo
as estruturas da própria sociedade.
Daí, a recomendação "a proclamar, com vigor,
a fé católica, para uma melhor formação dos fiéis", preservando e fazendo crescer
"o dom da unidade" na Igreja, para testemunhar "uma autêntica espiritualidade de comunhão",
que se manifesta "na mútua colaboração e na vida fraterna".
O Santo Padre pediu
aos prelados porto-riquenhos que dediquem particular atenção pastoral aos sacerdotes,
bem como aos candidatos ao sacerdócio, a fim de que tenham idôneos educadores.
Entre
os sinais negativos emergentes na sociedade porto-riquenha, o pontífice evidenciou
que se vai difundindo "uma mentalidade inspirada num laicismo que, de modo mais ou
menos consciente, leva, gradativamente, ao desprezo ou à ignorância do sagrado, relegando
a fé à esfera do meramente privado". Nesse clima _ observou o papa _ "um justo conceito
de liberdade religiosa não é compatível com tal ideologia que, ao invés, se apresenta
como a única voz da racionalidade".
A seguir, o Santo Padre apontou os riscos
a que a família, de modo particular, está exposta, "assediada pelas muitas insídias
do mundo moderno, como o materialismo imperante, a busca do prazer imediato, a falta
de estabilidade e fidelidade do casal, influenciado continuamente pelos meios de comunicação".
"Quando
um matrimônio não é construído sobre a rocha do amor verdadeiro e do mútuo compromisso,
é facilmente arrastado pela corrente divorcista, desviando, ao mesmo tempo, o valor
da vida, sobretudo dos nascituros. Daí, a necessidade _ indicada pelo papa _ de intensificar
uma pastoral familiar incisiva, que ajude os esposos cristãos a assumir os valores
fundamentais do sacramento recebido."
O papa dirigiu um pensamento especial
aos jovens, que, pelo fato de serem mais influenciados por uma "fácil permissividade
moral" têm, ao invés, o direito "de ser educados na fé e nos bons costumes".
E
se "a educação integral dos mais jovens não pode prescindir do ensino religioso na
escola" _ observou Bento XVI _ "uma sólida formação religiosa será, portanto, uma
proteção eficaz, contra o avanço das seitas e de outros grupos religiosos de ampla
difusão atual".
Por fim, o Santo Padre fez votos de que a generosidade já manifestada
pelos porto-riquenhos em tantas ocasiões possa fazer crescer a solidariedade de quem
vive na abundância, para com quem sofre de graves carências, e vive na pobreza. (RL)