2007-06-29 17:10:33

BENTO XVI PRESIDE CELEBRAÇÃO DAS PRIMEIRAS VÉSPERAS DA SOLENIDADE DOS APÓSTOLOS PEDRO E PAULO


Cidade do Vaticano, 28 jun (RV) – Bento XVI presidiu, esta tarde, à celebração das Primeiras Vésperas, na solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo, na basílica papal de São Paulo "Fora dos Muros". O pontífice saudou a delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, presença que a Igreja de Roma retribui, anualmente, enviando a Istambul, Turquia, uma sua delegação, por ocasião da festa de Santo André.

Bento XVI disse que esses encontros e iniciativas não constituem simplesmente uma troca de cortesias entre as Igrejas, mas querem expressar o compromisso comum de fazer todo o possível, para apressar a volta à plena comunhão entre o Oriente e o Ocidente cristãos.

"Esta Basílica _ disse ainda o pontífice _ que viveu eventos de profundo significado ecumênico, nos recorda como é importante rezar juntos, para implorar o dom da unidade, aquela unidade pela qual São Pedro e São Paulo dedicaram sua existência até o supremo sacrifício do sangue."

O papa recordou que uma antiga tradição, que remonta aos tempos apostólicos, narra que, justamente nas proximidades desta basílica, se realizou o último encontro dos apóstolos, antes do martírio. Ali, Pedro e Paulo teriam se abraçado e se abençoado reciprocamente.

Portanto, desde o início, a tradição cristã considerou Pedro e Paulo inseparáveis um do outro, embora tenham tido, cada um, uma missão diferente a cumprir: Pedro por primeiro confessou a fé em Cristo, Paulo obteve o dom de poder aprofundar sua riqueza. Pedro fundou a primeira comunidade dos cristãos provenientes do povo eleito, Paulo tornou-se o apóstolo dos pagãos. Com carismas diversos atuaram por uma única causa: a construção da Igreja de Cristo.

Bento XVI ressaltou ainda, que no Ofício das Leituras, a liturgia oferece à nossa meditação, este conhecido texto de Santo Agostinho: "Um só dia é consagrado à festa dos dois apóstolos. Mas também eles eram uma só coisa. Embora tenham sido martirizados em dias diferentes, eram uma só coisa. Pedro precedeu, Paulo seguiu... Celebramos por isso, este dia de festa, consagrado por nós pelo sangue dos apóstolos" (disc. 295, 7.8).

E São Leão Magno comentou: "De seus méritos e virtudes, superiores ao que se pode imaginar, nada devemos pensar que os oponha, nada que os divida, porque a eleição os tornou análogos, o cansaço, semelhantes e o fim, iguais." (In natali apostol., 69, 6-7).

Em Roma _ disse ainda, o Bispo de Roma _ o laço que une Pedro e Paulo na missão, assumiu, desde os primeiros séculos, um significado muito específico. Como a mítica dupla de irmãos _ Rômulo e Remo _ aos quais se atribui o nascimento de Roma, assim Pedro e Paulo foram considerados os fundadores da Igreja de Roma.

A esse propósito, diz São Leão Magno dirigindo-se à Cidade Eterna: "São estes os teus santos pais, os teus verdadeiros pastores que, para fazer-te digna do reino dos céus, edificaram muito bem e mais felizmente aqueles que trabalharam para lançar os primeiros fundamentos de teus muros." (Homilias 82, 7).

Por mais que humanamente diferentes um do outro, e embora a relação entre eles não fosse ausente de tensões, Pedro e Paulo aparecem, portanto, como os iniciadores de uma nova cidade, como concretização de um modo novo e autêntico de ser irmãos, que se tornou possível através do Evangelho de Jesus Cristo.

O Santo Padre concluiu, afirmando que a ação da Igreja é crível e eficaz somente na medida em que aqueles que dela fazem parte, estão dispostos a pagar pessoalmente, sua fidelidade a Cristo, em toda e qualquer situação. Onde falta tal disponibilidade, vacila o argumento decisivo da verdade da qual a própria Igreja depende.

"Também hoje _ ressaltou o pontífice _ Cristo precisa de apóstolos prontos a sacrificar a si mesmos. Precisa de testemunhas e de mártires como São Paulo."

Durante a sagrada Liturgia das Vésperas, da qual participaram delegações de outras confissões religiosas, o Santo Padre proclamou, oficialmente, o Ano Paulino, em preparação aos dois mil anos do nascimento de São Paulo, o Apóstolo dos Gentios. O Ano Paulino proclamado hoje pelo pontífice terá início em 28 de junho de 2008 e se concluirá em 29 de junho de 2009. (MJ)








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