SACERDOTE UGANDÊS FAZ APELO À COMUNIDADE INTERNACIONAL, PARA QUE AJUDE A POPULAÇÃO
DE KARAMOYA
Kampala, 28 jun (RV) - "O mundo não recebe notícias de nossa desgraça, porque
carecemos de meios para sermos ouvidos" _ disse Pe. Thomas Achia, diretor do Centro
de Serviços Sociais e Ajuda ao Desenvolvimento, da Diocese de Moroto, Uganda, em entrevista
com a fundação católica internacional "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS).
"A
pobreza em Uganda e, principalmente, na região de Karamoya, noroeste do país, é inimaginável.
As pessoas têm sorte se conseguem comer uma vez por dia. Esta região é a mais pobre
e desatendida do país" _ ressaltou o sacerdote.
Além disso, o índice de violência
que assola a região é muito alto e, como conseqüência da guerra civil, ainda há muito
movimento de armas. O governo procura desarmar os criminosos, provocando ainda mais
violência, raiva e frustração entre a população.
"A falta de higiene _ sublinhou
Pe. Thomas _ é outro grande problema na região." No melhor dos casos, há um só vaso
sanitário para três mil pessoas. Existem poucos serviços de assistência médica, e
poucos meios de transporte para levar as pessoas ao hospital.
Muitas pessoas
morrem por causa de doenças como malária e cólera, e muitas mulheres morrem ao dar
a luz, devido à escassez de higiene. A taxa de mortalidade infantil é muito alta.
Pe.
Thomas fez um apelo à comunidade internacional, para que não se esqueça dos habitantes
da região de Karamoya, que não dispõem de meios para se fazer ouvir.
"Uma vez,
tivemos a oportunidade de falar sobre nossa situação, numa emissora de rádio, que
nos cobrou 350 euros, o que, para nós, é uma cifra astronômica"_ ressaltou ainda,
Pe. Thomas.
"Estamos muito felizes por podermos dar a conhecer nossa trágica
situação à opinião pública" _ concluiu. (MJ)