LIBERTADO NA CHINA, DOM JIA ZHIGUO, BISPO DA IGREJA CATÓLICA "CLANDESTINA"
Pequim, 23 jun (RV) – Retornou ontem, à sua casa, depois de 17 dias em isolamento,
em uma caserna, Dom Julius Jia Zhiguo, bispo de Zhengding, da Igreja Católica "clandestina",
que fora novamente detido no dia 5 de junho. Essa última detenção pode estar ligada
à iminente publicação da prometida carta do papa aos católicos chineses.
Fontes
da agência missionária de notícias _ AsiaNews _ confirmaram que ontem à tarde, o bispo
retornou à sede episcopal de Zhengding, província de Hebei, após 17 dias de incomunicabilidade.
As
fontes da AsiaNews afirmam que, desta vez, o bispo _ de 73 anos de idade _ não foi
interrogado nem sofreu qualquer tipo de pressão. Permaneceu isolado e sob vigilância,
em uma caserna de Zanhuang, sempre na província de Hebei.
Nas outras vezes
em que foi detido, ele foi interrogado e pressionado, para aderir à Associação Católica
Patriótica, que seria a Igreja Católica oficialmente reconhecida na China. A Associação
Católica Patriótica recebe orientações e diretrizes do PC chinês e não presta obediência
ao papa ou à Igreja de Roma. Paralelamente, existe a Igreja Católica "clandestina",
cujo clero e fiéis são perseguidos, porque permanecem fiéis ao papa e à Santa Sé.
Esta
foi a nona vez que Dom Julius Jia Zhiguo foi detido, desde 2004. A motivação desta
última detenção não é clara, mas um especialista da AsiaNews diz que poderia se tratar
de uma "provocação", em vista da iminente publicação da carta de Bento XVI aos católicos
chineses. Ao que tudo indica, as autoridades temem que a carta do pontífice possa
provocar incidentes e tensões.
A província de Hebei è uma das mais atingidas
pela perseguição anticatólica levada a cabo pelo regime chinês, porque, na região,
há uma grande concentração de católicos "clandestinos".
A última detenção de
Dom Jia Zhiguo antes desta, data de novembro de 2005. No passado, ele transcorreu
20 anos na prisão. Desde que foi libertado, está sempre sob o estreito controle da
polícia, que limita fortemente, sua atividade pastoral: ele não pode visitar os fiéis
de sua diocese e tampouco ministrar a Unção dos Enfermos aos fiéis católicos moribundos.
(AF)