Santo Atanásio: tema da audiência geral, que se concluiu com um apelo a favor dos refugiados, no Dia Mundial promovido pelas Nações Unidas e que llhes é dedicado.

(20/6/2007) Prosseguindo a série de catequeses que tem vindo a dedicar, nesta circunstância semanal, a figuras proeminentes dos primeiros séculos da Igreja, Bento XVI dedicou a audiência geral desta semana a Santo Atanásio, bispo de Alexandria (Egipto), no século IV.

“Santo Atanásio, bispo de Alexandria, é sem dúvida um dos mais importantes e venerados Padres da Igreja antiga. Apaixonado teólogo da Incarnação do Verbo de Deus, foi também o mais importante adversário contra a heresia ariana, que então ameaçava a fé em Cristo, ao minimizar a sua divindade. Sendo diácono, participou com o seu Bispos no Concílio de Niceia, o qual sublinhou a plena divindade de Cristo negada pelos arianos.
Eleito bispo de Alexandria, sofreu a hostilidade dos arianos. Foi obrigado a abandonar a diocese por cinco vezes, sofrendo o exílio durante dezassete anos. Pôde assim difundir no Ocidente a fé proclamada no Concílio de Niceia.
De entre os diversos escritos de Santo Atanásio, como cartas e textos de meditação sobre os Salmos, destaca-se o seu tratado sobre a Incarnação, em que afirma que o Verbo de Deus se fez homem para que nós chegássemos a ser Deus. A sua biografia sobre Santo Antão (Abade), de que foi grande amigo, contribuiu de modo decisivo para a difusão do monaquismo, tanto no Ocidente, como no Oriente.”
Durante a audiência geral não faltou uma saudação em português:
Caríssimos Amigos de língua portuguesa,
Saúdo e desejo a todos felicidades, paz e graça no Senhor! De modo particular saúdo os peregrinos vindos de Portugal e do Brasil: sede bem-vindos! Que a luz de Cristo anime sempre vossa fé, esperança e caridade, numa vida digna, cristã e repleta de alegrias. E dou-vos de coração, extensiva aos vossos familiares e pessoas amigas, a minha Bênção.
Bento XVI pediu hoje que sejam garantidos asilo e direitos aos refugiados que em tantas partes do mundo são duramente provados e obrigados a fugir dos seus países na sequencias de perigos de vida reais.
O apelo do Papa, lançado no final da audiência geral, coincidiu com o dia mundial do refugiado promovido pelas Nações Unidas.“Hoje celebra-se o Dia Mundial do Refugiado, promovido pelas Nações Unidas para que não falte na opinião pública a atenção a todos aqueles que foram obrigados a fugir dos seus países, na sequencia de perigos de vida reais.
Acolher os refugiados e dar-lhes hospitalidade é para todos um gesto devido de solidariedade humana, para que eles não se sintam isolados por causa da intolerância e desinteresse, Além disso, para os cristãos é uma maneira concreta de manifestar o amor evangélico.
De coração faço votos de que a estes nossos irmãos e irmãs duramente provados pelo sofrimento sejam garantidos o asilo e o reconhecimento dos seus direitos, e convido os responsáveis das Nações oferecer protecção a todos aqueles que se encontram em situações de necessidade tão delicadas.”