(20/6/2007) O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou
segunda-feira que o número de pessoas sob o seu mandato disparou de 21 milhões em
2005 para 33 milhões o ano passado, um aumento sem precedentes nos últimos cinco anos.
De acordo com o relatório "Tendências Mundial em 2006", divulgado em Genebra,
Suíça, o acréscimo de 14 por cento dos refugiados em 2006, comparativamente ao ano
transacto - na ordem dos 12 milhões -, é em grande parte devido à guerra no Iraque.
O português António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados,
declarou que "enquanto o número de pessoas desenraizadas pelas perseguições, intolerância
e violência no mundo aumenta, a organização tem de continuar a enfrentar os desafios
e exigências de uma sociedade em transformação, permanecendo fiel ao mandato para
defesa dos direitos dos refugiados e outros". O relatório sublinha que o número
de refugiados disparou em grande parte devido à guerra no Iraque de onde, em 2006,
saíram cerca de 1,5 milhões de pessoas em busca de segurança noutros países, sobretudo
na Síria e Jordânia. Além dos refugiados, o ACNUR também se ocupa dos deslocados
no interior dos próprios países, porque tiveram de fugir dos lugares de origem. No
fim de 2006, o número global de deslocados devido a conflitos foi de 24,5 milhões.
O Iraque, Líbano, Sri Lanka, Timor-Leste e Sudão são paradigmáticos quanto ao
número de deslocados internos.