2007-06-15 15:16:22

REPRESENTANTE VATICANO NA ONU, PEDE QUE VALOR DA SOLIDARIEDADE SEJA PARTE INTEGRANTE DAS POLÍTICAS TRABALHISTAS


Genebra, 14 jun (RV) - "Enquanto o mundo se confronta com uma globalização que aumenta a riqueza, mas é injusta em sua distribuição", os objetivos sociais não podem ser deixados de lado. A solidariedade deve orientar as políticas trabalhistas e formativas, tanto nacionais quanto internacionais, para reduzir o crescente percentual de miséria que atinge muitas áreas do planeta. Foi a avaliação feita pelo representante permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra, Suíça, Arcebispo Silvano Maria Tomasi, em seu pronunciamento de ontem, perante a 96ª sessão da Conferência Internacional do Trabalho.

"Cerca de 195 milhões de homens e mulheres se viram impossibilitados de encontrar trabalho, no ano passado, e um bilhão e 400 mil pessoas recebem, por seu trabalho, um salário insuficiente para lhes permitir superar o nível de pobreza, de US$ 2,00 por dia. Nesse contexto _ sublinhou Dom Tomasi _ a responsabilidade da comunidade internacional e dos governos é colocada a dura prova, tanto para criar um ambiente econômico capaz de oferecer oportunidades, quanto para favorecer a disponibilidade de um trabalho digno."

Os dados fornecidos por Dom Tomasi mostram um cenário impiedoso. Grande parte das tensões e dos conflitos "que atormentam a nossa sociedade _ observou o representante vaticano _ tem suas raízes na falta de trabalho, em empregos carentes de dignas condições de trabalho, ou em salários inadequados às necessidades da existência, bem como em relações econômicas injustas".

E essas dificuldades _ prosseguiu o arcebispo _ se compreendem melhor se inseridas num sistema internacional grandemente condicionado, entre outros, pelo envelhecimento da população e pelo "abismo entre as profissões necessárias e por um sistema de instrução incapaz de formar as pessoas com os conhecimentos idôneos" às exigências de campos como o da economia, tecnologia e comunicação que, mais do que outros setores profissionais, registraram mudanças decisivas.

Ao analisar o quadro das transformações no campo do trabalho, Dom Tomasi reiterou a posição da Santa Sé em favor de um sistema de políticas trabalhistas justas e respeitosas dos direitos dos indivíduos, a fim de que seja possível erradicar, na base, as "antigas e novas formas de discriminação" que atingem as faixas mais pobres.

O trabalho, a empresa e a arena global dos investimentos financeiros, do comércio e da produção _ afirmou o representante vaticano _ deveriam ter suas raízes no esforço criativo e cooperativo, baseado em normas a serviço da pessoa humana, de cada homem e mulher, e da sua igualdade de dignidade e direitos.

É a dimensão humana do trabalho _ asseverou ele _ que deve ser valorizada e protegida", assim como o valor da solidariedade permanece crucial e indispensável porque _ concluiu o prelado _ o "novo horizonte" da demanda social é, agora, a pessoa humana, protagonista "de um desenvolvimento integral que é o novo nome de paz". (RL)







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