Sudão aceita força de paz híbrida ( União Africa - ONU) em Darfur
(13/6/2007) O Sudão aceitou, finalmente, o envio de uma força conjunta da União Africana
(UA) e da ONU para o Darfur, região situada junto à fronteira com o Chade e que tem
sido palco de um conflito que já provocou 200 mil mortos e dois milhões de deslocados. O
inesperado volte-face de Cartum foi ontem anunciado em Adis Abeba, a capital da Etiópia
que alberga a sede da UA, no final de uma reunião que juntou Sudão, União Africana
e Nações Unidas. "A operação proposta vai contribuir para a estabilização da situação
no Darfur, nas suas dimensões políticas, humanitárias e securitárias", precisou Said
Djinnit, responsável do Comité para a Paz e Segurança da União Africana, acrescentando
que as três partes consideraram necessário "um cessar-fogo imediato e completo", seguido
de "um processo político inclusivo". Embora o acordo alcançado em Adis Abeba, não
tenha sido revelado, sabe-se, desde já, que a força conjunta da UA e da ONU deverá
ter entre 17 a 19 mil efectivos, que irão absorver o contingente de sete mil homens
que a União Africana enviou para o Darfur, desconhecendo-se, contudo, quem é que os
irá liderar. Apesar disso, sabe-se também que o Sudão aceitou - um dia depois do
novo ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Bernard Kouchner, ter visitado
Cartum - o princípio de que esta força poderá integrar militares de outros continentes
caso se demonstra que é impossível reunir mais tropas africanas. O que significa
que a União Africana e a ONU (que terá de aprovar uma nova resolução sobre o Darfur)
poderão reforçar já em Agosto o contingente que se encontra no terreno, permitindo
que o resto da força só chegue no início do próximo ano.