BISPOS DE MALTA PEDEM PRIORIDADE PARA A DEFESA DA VIDA
Valletta, 12 jun (RV) - Depois da polêmica das últimas semanas sobre a omissão
das autoridades, ao não socorrerem os barcos de clandestinos que naufragavam no Mediterrâneo,
os bispos de Malta elevam sua voz, afirmando que "a vida humana deve ser prioridade
para o Estado".
O arcebispo de Malta, Dom Paul Cremona, e o bispo de Gozo,
Dom Mario Grech, abordem, numa nota conjunta, o problema da imigração irregular, definindo-o
"humano e político", e acrescentam: "Como católicos, devemos ver Deus em todos os
nossos semelhantes, de onde quer que venham".
"Nos casos em que as operações
de socorro são de responsabilidade de outros países _ observam os dois bispos _ as
autoridades maltesas devem fazer o possível para assegurar que as vidas humanas não
se percam." A nota convida também "a comunidade internacional, e em especial a UE,
a ser solidária, de modo concreto, com os países de origem dos imigrantes e de Malta".
Os bispos malteses anunciam também, que vão transmitir seu apelo a todos os
bispos da UE, convidando-os a "levar a questão à atenção dos governos de seus países,
e pedindo o máximo esforço para salvar as vidas humanas".
A nota dos bispos
alude aos episódios recentes, de falta de cooperação, no socorro a náufragos africanos,
que tentavam atravessar o Mar Mediterrâneo em embarcações precárias, a fim de emigrar
para a Europa.
Nos primeiros dias do mês, clandestinos africanos a bordo de
uma embarcação precária, naufragaram no alto Mar Mediterrâneo. Vendo um barco pesqueiro
maltês que operava na zona, os clandestinos africanos se agarraram a uma rede do navio,
que os arrastou até a ilha de Malta. Ali, as autoridades maltesas se recusaram a recebê-los.
O capitão do barco conduziu os clandestinos novamente ao alto mar, onde foram socorridos
por um helicóptero italiano, que os transportou, finalmente, para um barco italiano
que, por sua vez, os levou à ilha de Lampedusa, Itália, onde receberam assistência.
No
mesmo domingo, naufragou outro barco, com mais de 20 africanos a bordo. Rebocado _
desta vez por um barco espanhol _ e conduzido à ilha de Malta, não obteve permissão
das autoridades, para atracar. O capitão lançou um SOS pedindo alimentos para os náufragos
e decidiu transportá-los até a Espanha. (CM)