ANISTIA INTERNACIONAL NÃO MAIS RECEBERÁ FINANCIAMENTOS DE ORGANIZAÇÕES CATÓLICAS
Cidade do Vaticano, 13 jun (RV) - Nada de financiamentos de organizações católicas
à Anistia Internacional, após a guinada abortista da organização internacional de
defesa dos direitos humanos. Foi o que anunciou o presidente do Pontifício Conselho
"da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Raffaele Martino, numa entrevista ao semanário
estadunidense "National Catholic Register".
O Cardeal Martino expressou profundo
pesar pela tomada de posição da Anistia Internacional, ressaltando que, posicionar-se
a favor da legalização da interrupção voluntária da gravidez representa uma traição
às finalidades institucionais da própria AI.
A conseqüência inevitável de tal
decisão _ explicou o purpurado _ será a suspensão de todo e qualquer financiamento
à Anistia Internacional, por parte de organizações católicas.
O presidente
do "Justiça e Paz" reiterou que não existe um direito de aborto internacionalmente
reconhecido, como se deduz da Conferência da ONU sobre Populações e Desenvolvimento,
realizada no Cairo em 1994. Foi em tal ocasião _ recordou _ que o aborto foi excluído
como meio lícito de controle da natalidade.
A delegação da Santa Sé, naquela
ocasião, era guiada justamente pelo Cardeal Martino, então arcebispo e observador
permanente da Santa Sé na ONU, em Nova York.
Os lobbies abortistas _ prosseguiu
o Cardeal Martino, na entrevista _ continuam sua propaganda, que se enquadra naquilo
que João Paulo II chamava de "cultura da morte".
É extremamente grave _ advertiu
o cardeal _ que uma organização benemérita como a Anistia Internacional, se dobre
agora às pressões de tais lobbies.
O Cardeal Martino lamentou que tal guinada
tenha sido impulsionada por algumas secções nacionais da Anistia. Daí, a necessidade,
segundo o purpurado, de intensificar o compromisso _ não apenas dos católicos, mas
de todas as pessoas de boa vontade _ em defesa do direito à vida, que deve ser garantido
a todos os nascituros, sem absurdas distinções sobre quando seria justo ou injusto
assassinar uma criança no seio materno.
A eliminação voluntária de toda e qualquer
vida humana inocente _ reiterou o cardeal _ é sempre um delito e mina as bases do
bem comum da família humana.
A secção italiana da Anistia Internacional reagiu
às declarações do Cardeal Martino, precisando que jamais recebeu financiamentos do
Vaticano ou de organizações que dependem da Igreja Católica.
Segundo a AI,
o estatuto internacional da organização estabelece que a "Anistia Internacional é
independente de governos, partidos políticos, Igrejas, confissões religiosas, organizações,
entidades e ou grupos de todo e qualquer gênero, e desempenha suas atividades, prescindindo
de toda e qualquer tendência que seja própria desses organismos. (RL/AF)