APELO DO PAPA, NO ANGELUS, PELA LIBERTAÇÃO DE TODAS AS PESSOAS SEQÜESTRADAS NO MUNDO
Cidade do Vaticano, 10 jun (RV) - No Angelus desta manhã, Bento XVI condenou
duramente todos aqueles que se valem do execrável meio do seqüestro de pessoas, para
obter seus fins, e dirigiu um caloroso apelo aos autores dos seqüestros, em todo o
mundo, a fim de que libertem imediatamente as pessoas em suas mãos. Da janela de seus
aposentos, que se abre para a Praça São Pedro, o Santo Padre se dirigiu aos milhares
de fiéis e peregrinos presentes, dizendo...
"Chegam a mim, infelizmente com
muita freqüência, solicitações para que eu me interesse pela sorte de algumas pessoas,
entre as quais, também sacerdotes católicos, mantidos como reféns, por diversos motivos
e em várias partes do mundo. Trago todos em meu coração e os tenho presentes em minhas
orações, pensando, entre outros, no doloroso caso da Colômbia. Dirijo o meu caloroso
apelo aos autores de tais atos execráveis, para que tomem consciência do mal perpetrado,
e restituam, o mais breve possível, ao afeto de seus entes queridos, as pessoas que
mantêm como reféns. Confio as vítimas dos seqüestros à materna proteção de Maria Santíssima,
Mãe de todos os homens."
Na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus,
reportando-se à solenidade de Corpus Christi que, em alguns países, como a Itália,
por exemplo, se celebra hoje, o papa recordou que a festa de "Corpus Christi nos convida
a contemplar o sumo mistério da nossa fé: a Santíssima Eucaristia, presença real do
Senhor Jesus Cristo no Sacramento do altar".
"Todas as vezes que o sacerdote
renova o sacrifício eucarístico, na oração da consagração, ele repete: "Este é o meu
corpo... este é o meu sangue"... E o faz _ precisou o papa _ emprestando a própria
voz, as mãos e o coração a Cristo, que quis permanecer conosco e ser o coração vivo
da Igreja.(...) Existe um laço intrínseco entre a celebração e a adoração. A santa
missa, de fato, é, em si mesma, o mais elevado ato de adoração da Igreja. "Ninguém
come desta carne _ escreveu Santo Agostinho _ sem antes adorá-la." A adoração, fora
do momento da missa, prolonga e intensifica o ato da celebração litúrgica e torna
possível um acolhimento verdadeiro e profundo, de Cristo."
Recordando, a seguir,
a procissão eucarística que marca a solenidade de Corpus Christi, o pontífice aproveitou
a oportunidade para recomendar a prática da adoração eucarística...
"Gostaria
de aproveitar a oportunidade oferecida pela solenidade de Corpus Christi _ disse o
pontífice _ para recomendar, vivamente, a todos os pastores e a todos os fiéis, a
prática da adoração eucarística. Exprimo meu apreço aos Institutos de Vida Consagrada,
assim como às associações e confrarias que se dedicam a essa adoração, de modo especial.
Eles oferecem a todos, um convite à centralidade de Cristo em nossa vida pessoal e
eclesial."
Prosseguindo, o papa manifestou sua alegria por constatar que "muitos
jovens estão descobrindo a beleza da adoração pessoal e comunitária" e convidou os
sacerdotes a encorajarem esses grupos juvenis, mas também a segui-los, a fim de que
as formas de adoração comunitária sejam sempre "apropriadas e dignas", "com adequados
momentos de silêncio e de escuta da Palavra de Deus".
"Na vida de hoje _ ressaltou
Bento XVI _ freqüentemente rumorosa e dispersiva, é importante, mais do que nunca,
recuperar a capacidade de silêncio interior e de recolhimento. A adoração eucarística
permite fazê-lo, não apenas em torno do "eu", mas também em companhia daquele "Tu"
repleto de amor que é Jesus Cristo, o "Deus que está próximo de nós"."
Que
a Virgem Maria _ Mulher eucarística _ concluiu o Santo Padre _ nos introduza no segredo
da verdadeira adoração. O seu coração humilde e simples, estava sempre recolhido em
torno do mistério de Jesus, no qual Ela adorava a presença de Deus e de Seu amor redentor.
Que, por sua intercessão _ implorou o pontífice _ cresça, em toda a Igreja, a fé no
mistério eucarístico, a alegria de participar da santa missa, especialmente aos domingos,
e o impulso a testemunhar a imensa caridade de Cristo.
Ao término da oração
mariana do Angelus, o papa saudou os milhares de fiéis e peregrinos que se encontravam
reunidos na Praça, dirigindo-se a eles em seus respectivos idiomas. A seguir, concedeu
a todos a sua bênção apostólica. (AF)