2007-06-09 16:25:17

Nos 90 anos da Congregação para as Igrejas Orientais, Bento XVI visita sede do dicastério, confia-o à protecção de João XXIII e invoca liberdade para os cristãos "em toda a parte"


11/6/2007) Sábado, 9 de Junho, Bento XVI deslocou-se à sede da Congregação para as Igrejas Orientais, na zona de São Pedro. O Papa recordou que foi o seu predecessor Bento XV a criar, há 90 anos, este Dicastério da Cúria Romana, dando assim novo dinamismo e total autonomia à “Secção Oriental” da Congregação “De Propaganda Fide”, instituída já no século XIX por Pio IX. Esta nova Congregação para as Igrejas Orientais deveria “dissipar o receio de que os orientais não fossem tidos na devida consideração pelos Romanos Pontífices”, como escreveu então Bento XV. Uma atitude que o actual Pontífice reafirma agora convictamente. Perante situações passadas e presentes de sérias limitações da liberdade religiosa, o Papa lançou um apelo:
"Como pai e pastor, sinto o dever de elevar a Deus uma fervorosa oração e de dirigir um premente apelo a todos os responsáveis para que, por toda a parte, do Oriente ao Ocidente, as Igrejas possam professar a fé cristã em plena liberdade. Aos filhos e filhas da Igreja seja por toda a parte concedida a possibilidade de viverem na tranquilidade pessoal e social: garantam-se dignidade, respeito e futuro a cada um e aos grupos, sem qualquer dano aos seus direitos de crentes e de cidadãos."

Bento XVI quis também exprimir uma “fremente invocação de paz para a Terra Santa, para o Iraque, para o Líbano, territórios todos eles sob a jurisdição da Congregação para as Igrejas Orientais, como também também as outras regiões – disse – afectadas pelo vórtice de uma violência aparentemente incontrastável. Possam as Igrejas e os discípulos do Senhor permanecer ali onde por nascimento os colocou a divina Providência, e onde merecem continuar mantendo uma presença que remonta às origens do cristianismo. No decurso dos séculos (sublinhou ainda o Papa), eles (os cristãos destes países do Médio Oriente) sempre se distinguiram por uma incontestável amor ao mesmo tempo à sua fé, ao seu povo e à sua terra”.


Referindo o preço de sangue que tantos fiéis e pastores destas continuam a pagar pela sua fé, Bento XVI reafirmou a sua “profunda consideração para com as Igrejas Orientais Católicas, pelo seu singular papel de testemunhas vivas das origens”. “Sem uma relação constante com a tradição das origens, não há futuro para a Igreja de Cristo. São em especial das Igrejas Orientais a conservar o eco do primeiro anúncio evangélico; as mais antigas memórias dos sinais realizados pelo Senhor; os primeiros reflexos da luz pascal e o reflexo do fogo nunca extinto do Pentecostes. O seu património espiritual, radicado no ensinamento dos Apóstolos e dos Padres, gerou veneráveis tradições litúrgicas, teológicas e disciplinares, mostrando a capacidade do ‘pensamento de Cristo’ de fecundar as culturas e a história”.

Nesta alocução aos membros da Congregação para as Igrejas Orientais, Bento XVI exprimiu “grato apreço” e “encorajamento”. “Reafirmo – disse a irreversibilidade da opção ecuménica e o facto inadiável do encontro a nível inter-religioso”.
Quase a concluir, o Papa confiou os seus votos e esperanças ao bem-aventurado João XXIII: “o Oriente marcou-o profundamente, ao ponto de o levar a convocar o “novo Pentecostes do Concílio”, na docilidade ao Espírito e em cordial abertura a todos os povos”.








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