ENCONTRO ENTRE BENTO XVI E BUSH: PAZ NO ORIENTE MÉDIO E SITUAÇÃO DOS CRISTÃOS NO IRAQUE
E NA ÁFRICA
Cidade do Vaticano, 09 jun (RV) - A situação dos cristãos no Iraque, a condição
da África e a paz no Oriente Médio foram os grandes temas do encontro entre o presidente
dos EUA, George W. Bush, e o papa, no Vaticano. Foi a primeira visita de Bush a Bento
XVI.
No "cordial colóquio" entre Bento XVI e o presidente estadunidense _ informa
uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé _ "foram passados em resenha os principais
temas de política internacional", com atenção particular "ao Oriente Médio, à questão
palestino-israelense, ao Líbano, à preocupante situação no Iraque e às críticas condições
das comunidades cristãs locais".
Por parte da Santa Sé _ prossegue o comunicado
_ "fez-se votos, mais uma vez, em favor de uma solução regional e negociada dos conflitos
e das crises que atormentam a região". Os interlocutores dedicaram atenção à África
e a seu desenvolvimento, com referência também a Darfur, não faltando, além disso,
uma troca de opiniões sobre a América Latina".
Por fim, foram examinadas "as
questões morais e religiosas da atualidade, entre as quais as que dizem respeito aos
direitos humanos e à liberdade religiosa, à defesa e à promoção da vida, do matrimônio
e da família, da educação das novas gerações, e do desenvolvimento sustentável".
O
cortejo presidencial chegou pouco depois das 11h locais ao pátio de São Damaso, no
Vaticano, em meio a imponentes medidas de segurança. Bush e sua esposa, Laura, foram
recebidos pelo Prefeito da Casa Pontifícia, Dom James Michael Harvey, que acompanhou
o presidente e a primeira-dama até a Sala da Biblioteca, da Residência Apostólica,
onde o Pontífice manteve o colóquio com o presidente, de forma estritamente privada.
A
cúpula do G-8 foi um "sucesso" _ afirmou o presidente estadunidense, em resposta a
uma pergunta do papa que, logo ao recebê-lo, pediu-lhe notícias sobre o êxito do encontro
na Alemanha, entre as grandes potências mundiais.
Antes do início do colóquio
a portas fechadas, Bento XVI se deteve também, com Bush, sobre as ajudas à África,
tema que também fez parte da agenda do G-8 de Heiligendamm. O colóquio entre Bush
e Bento XVI durou mais de meia hora.
Como acontece tradicionalmente, nesses
encontros, houve uma troca de dons entre os interlocutores: Bento XVI deu ao presidente
Bush uma estampa representando a Basílica de São Pedro, no século XVII. Por sua vez,
o presidente dos EUA ofereceu ao Santo Padre um bastão branco, de madeira entalhada,
com os 10 mandamentos gravados em diversas cores. O bastão entalhado é uma obra de
um artista texano, ex-sem-teto.
Após o encontro com o pontífice, Bush manteve
também um longo colóquio, de cerca de quarenta minutos, com o cardeal secretário de
Estado, Tarcisio Bertone.
A seguir, Bush recebeu a presidência da comunidade
romana de Santo Egidio, na sede da embaixada estadunidense, onde se falou de ajudas
humanitárias para a África. Na ocasião, Bush disse que a comunidade de Santo Egídio
é um "exército de compassivos, gente de coração". Por sua vez, o presidente da comunidade,
Marco Impagliazzo, disse que "a guerra é a mãe de todas as pobrezas". (RL)