2007-06-08 13:53:16

Globalização e direitos humanos, desafios para a Igreja, mas a politica não é sua competência imediata


(8/6/2007) A caridade da Igreja é universal nas possibilidades e nas oportunidades e por isso deve incluir um empenho pela justiça social.
Contudo das tarefas da Igreja não faz parte a politica, mas sim a promoção do desenvolvimento integral da pessoa humana. Foi o que afirmou Bento XVI recebendo na manhã desta sexta feira na Sala Clementina do Palácio Apostólico os participantes na 18 assembleia geral da Caritas Internacional, reunidos desde segunda feira no Vaticano.
Vós sois chamados – disse o Papa – através da actividade humanitária que empreendeis a assistir a missão da Igreja e levar ao mundo inteiro o amor de Deus. O verdadeiro conceito de caridade – explicou – faz-nos chegar ao coração da cristandade. No trabalho das organizações humanitárias como a vossa, nós vemos os frutos do amor de Cristo. Segundo o Papa a caridade deve ser compreendida á luz de Deus que é amor. Isto é aquilo que a Caritas Internacional procura realizar no mundo.
Desta visão teológica descendem implicações praticas, duas das quais foram focalizadas por Bento XVI.A primeira – afirmou – é que o acto de caridade deve ser inspirado por uma experiência de fé pessoal que leva á descoberta que Deus é amor. Os agentes da Caritas são chamados a dar testemunho deste amor perante o mundo. A caridade cristã – prosseguiu – supera a nossa capacidade natural de amor: é uma virtude teológica, como São Paulo nos ensina no seu famoso hino á caridade. Ela portanto desafia o doador a colocar a assistência humanitária no contexto de um testemunho de fé pessoal que então se torna parte do dom oferecido aos pobres.
A segunda implicação, segue de perto a primeira, diz que o amor de Deus é oferecido a todos, razão pela qual a caridade da Igreja é também universal nas possibilidades e assim deve incluir um empenho a favor da justiça social. Para Bento XVI até mesmo mudar as estruturas injustas não é só por si suficiente a garantir a felicidade da pessoa humana. Além disso – sublinhou – como afirmei recentemente aos bispos reunidos em Aparecida no Brasil, o papel da politica não é competência imediata da Igreja. “A sua missão consiste na promoção do desenvolvimento integral da pessoa humana. Por esse motivo os grandes desafios que se encontram perante o mundo no tempo presente, como a globalização, os abusos dos direitos humanos, as estruturas sociais injustas, não podem ser enfrentados e superados sem que a atenção seja dirigida ás necessidades mais profundas da pessoa humana: a promoção da dignidade humana, o bem estar e em última análise a salvação eterna”.
No seu discurso Bento XVI formulou também os seus bons votos ao Cardeal Rodriguez Maradiaga eleito pela assembleia geral Presidente da Caritas Internationalis.








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