DIRETOR-EXECUTIVO DA CARITAS INTERNATIONALIS NA JORDÂNIA DENUNCIA ÊXODO DE CRISTÃOS
DO IRAQUE
Amã, 07 jun (RV) - Prosseguem, no Vaticano, os trabalhos da assembléia geral
da Caritas Internationalis, ao mesmo tempo em que cresce a expectativa para a audiência
do Papa, programada para amanhã, sexta-feira, na qual o Santo Padre dirigirá uma mensagem
aos participantes.
O diretor-executivo da Caritas Internationalis na Jordânia,
Wael Suleiman, ofereceu números inquietadores sobre a presença dos cristãos no Iraque:
antes de 2003, eram mais de meio milhão. Hoje não restam mais de 20-25 mil cristãos
no país do Golfo. A Jordânia acolheu, até hoje, cerca de 800 mil refugiados em fuga
do Iraque, dos quais, 10% de cristãos. Ninguém, até então, havia falado de uma cifra
tão exígua.
O êxodo em massa da comunidade cristã do Iraque testemunha as difíceis
condições de vida de uma minoria reduzida a uma situação dramática, ameaçada e perseguida
diariamente.
O receio de sofrer violências e perseguições leva até mesmo os
dois delegados da Caritas Internationalis no Iraque, presentes na assembléia geral
destes dias, no Vaticano, a evitar escrupulosamente todo e qualquer contato com os
jornalistas.
"Eles não querem falar _ explica a porta-voz da Caritas Internationalis,
Nancy Mcnally _ porque se seus nomes ou rostos aparecem na mídia, a própria sobrevivência
deles será colocada em perigo."
"Os cristãos _ diz Suleiman _ sofrem uma dupla
perseguição: por parte sunita e por parte xiita. Onde, até pouco tempo atrás, havia
inteiros bairros cristãos, hoje não permanecem mais que poucas famílias que, se saem
de casa para visitar, por exemplo, algum parente, correm o risco de não encontrar
mais suas habitações, quando retornam, porque elas podem ser ocupadas pelos muçulmanos.
A vida para eles acabou _ enfatiza o diretor da Caritas Internationalis na Jordânia.
(RL)