2007-06-06 15:41:04

Na audiência geral, o Papa lança novo apelo aos líderes do G8. Bento XVI falou desta vez de São Cipriano de Cartago


(6/6/2007) No momento em que em Heiligendamm, na Alemanha, tem início a Cimeira do G8, Bento XVI dirigiu aos líderes dos países mais industrializados do mundo “ um novo apelo” a não desatenderem as promessas de aumentarem substancialmente a ajuda ao desenvolvimento. O Papa falava no termo da audiência geral desta quarta feira, na Praça de São Pedro.

Bento XVI recordou a carta enviada em Dezembro passado à Chanceler alemã Ãngela Merkel, agradecendo-a, em nome da Igreja Católica, pela decisão de manter na ordem do dia do G 8 o tema da pobreza no mundo, com particular atenção à África. Na sua cordial resposta – referiu o Papa – a doutora Merkel confirmou o empenho do G8 em alcançar os objectivos de desenvolvimento do milénio.
“Quereria agora dirigir um novo apelo aos líderes reunidos em Heiligendamm, para que não desatendam as promessas de aumentarem substancialmente a ajuda ao desenvolvimento, a favor das populações mais carecidas, sobretudo do continente africano”. “Nesse sentido, merece especial atenção o segundo grande objectivo do milénio: conseguir a educação primária para todos; assegurar a todas as crianças o ciclo completo da escola primária até 2015. Um objectivo que faz parte integrante de todos os outros objectivos do milénio; é garantia da consolidação dos objectivos alcançados e é ponto de partida dos processos autónomos e sustentáveis de desenvolvimento”.

O Papa concluiu esta alusão ao encontro do G8 recordando o empenho da Igreja Católica, “sempre na primeira linha no campo da educação”, lado a lado com outras Igrejas cristãs, grupos religiosos e organizações da sociedade civil. Trata-se – observou – de “uma realidade que, em aplicação do princípio de subsidiariedade, os governos e as organizações internacionais são chamados a reconhecer, valorizar e apoiar, inclusivamente através de adequados contributos financeiros”.

Tema da audiência geral foi São Cipriano, bispo de Cartago, no norte de África, poeta e escritor do século III, que tão bem falou sobre o correcto modo de rezar, nomeadamente no Tratado que dedicou ao Pai Nosso. Palavras que – assegurou Bento XVI – ainda hoje são válidas e nos ajudam a bem celebrar a santa liturgia”.
O Papa declarou a sua predilecção pessoal por esta obra de São Cipriano, que tanto nos ajuda, não só a compreender o verdadeiro sentido do Pai Nosso, mas também a aprender a rezar como Deus quer. São Cipriano sublinha que somos chamados a invocar “Pai nosso”, no plural, para que seja claro que quem reza não reza só por si. A nossa oração é pública e comunitária e quando nós rezamos, não rezamos só por uma pessoa mas por todo o povo, porque com todos formamos um só”. Isso mesmo quando o cristão reza no segredo do seu quarto a oração do Senhor. Aquele que habita interiormente no espírito, esteja presente também na voz.
Quando se reza (observou o Papa, comentando o ensinamento de São Cipriano), há que fazê-lo com disciplina, mantendo calma e reserva, recordando que se está sob o olhar de Deus, desejando agir segundo a Sua vontade, tanto na posição do corpo como no tom da voz. Quando nos reunimos juntamente com os irmãos e celebramos os sacrifícios divinos com os sacerdotes de Deus, devemos recordar-nos do temor reverencial e da disciplina.
Por outro lado, há que evitar a verbosidade, que não agrada a Deus. O que Deus escuta não é a voz, mas sim o coração: “A oração é obra do coração, não dos lábios, porque Deus considera não as palavras, mas sim o coração de quem reza”. Temos muita necessidade de fazer nosso este coração que escuta – de que nos falam a Bíblia e os Padres da Igreja – pediu o pontífice. Só assim poderemos experimentar em plenitude que é Deus o nosso pai e que a Igreja, esposa santa de Cristo, é verdadeiramente nossa mãe”.


Mas ouçamos a saudação que Bento XVI pronunciou na nossa língua: RealAudioMP3


"Uma saudação especial aos peregrinos vindos de Portugal, especialmente o grupo de jovens do Arciprestado de Carrazeda de Ansiães, e do Brasil um grupo de visitantes. Que a visita à cidade onde foram martirizados os Apóstolos São Pedro e São Paulo reavive a vossa fé em Cristo Jesus, que por amor nos redimiu e nos chamou a ser filhos de Deus e a viver como irmãos na justiça e na paz. A todos, de coração, dou a minha Bênção, que faço extensiva aos vossos familiares e amigos."










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