2007-06-06 18:50:09

CARDEAL BERTONE: SUPOSTA INDULGÊNCIA DE PIO XII COM O NAZISMO NÃO PASSA DE LENDA


Cidade do Vaticano, 06 jun (RV) - O cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, disse ontem, que existe uma lenda em torno da figura de Pio XII, que "pinta" o papa Pacelli como "indulgente com o Nazismo, e insensível com as vítimas da perseguição", e que, "ainda que os documentos contradigam essa lenda, é muito difícil erradicá-la".

O Cardeal Bertone fez tais afirmações durante a apresentação, em Roma, do livro intitulado "Pío XII. Eugenio Pacelli, um
homem no trono de Pedro", de autoria do vaticanista italiano, Andrea Tornielli.

O cardeal alegou que, embora os documentos existentes e os testemunhos da época desmintam que Pio XII se tenha comportado con essa suposta "indulgência" em relação ao Nazismo, a lenda que envolve a figura do pontífice é tão enraizada que é muito difícil erradicá-la

O purpurado referiu-se também às acusações sobre o suposto "silêncio" de Pio XII, frente ao holocausto dos judeus. Ele ressaltou que, nos difíceis anos da II Guerra Mundial, o papa Pacelli abriu as portas dos Seminários aos refugiados e perseguidos, dando ajuda a todos.

O secretário de Estado vaticano assegurou que Pio XII (cujo pontificado durou de 1939 a 1958) foi um papa "prudente", e que as razões dessa prudência foram apresentadas por ele mesmo, em 1943, quando disse que seu comportamento era "no interesse dos que sofrem, para não agravar sua situação"

O Cardeal Bertone argumentou que uma campanha da Igreja contra Hitler, então, teria carretado não apenas uma espécie de "suicídio premeditado", mas teria também "acelerado a eliminação de um maior número de judeus e de sacerdotes".

Em seu livro, Tornielli conta que Hitler considerava Pio XII como "um inimigo".

Tendo pontificado nos duros anos do Nazismo, Pio XII é acusado, por numerosos historiadores, de ser antisemita e de não ter elevado sua voz com mais força, contra o regime hitleriano, acusação que sempre foi rechaçada pela Santa Sé. Da mesma forma, os judeus sempre lhe atribuíram um "silêncio culposo" diante do holocausto. (AF)







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