2007-06-06 20:18:31

APELO DO PAPA AOS LÍDERES DO G-8: RESPEITEM A PROMESSA DE AJUDA AOS PAÍSES POBRES!


Cidade do Vaticano, 06 jun (RV) – Na Audiência Geral desta manhã, ma Praça São Pedro, Bento XVI lançou um novo apelo aos líderes do G-8, reunidos na cúpula de Heiligendamm, Alemanha, para que não esqueçam as promessas feitas no G-8 de Gleneagle, Escócia, em 2055, de ajudar os países pobres.

O papa recordou a mensagem que enviou, em dezembro passado, à chanceler alemã, Angela Merkel, para agradecer, "em nome da Igreja Católica, pela decisão de conservar na ordem do dia do G-8, o tema da pobreza no mundo, com particular atenção pela África".

Em sua resposta, Angela Merkel assegurava a Bento XVI, sobre o compromisso do G-8, a alcançar as metas de desenvolvimento do milênio. O papa pedia o imediato e incondicional perdão das dívidas externas dos países pobres, além do acesso amplo e sem reservas aos mercados, a luta contra as pandemias, como a AIDS, a tuberculose e a malária, e ainda, a redução do comércio de armas, a luta contra a corrupção e contra a lavagem de dinheiro. Metas _ afirmava o pontífice em sua mensagem _ ligadas "indissoluvelmente à paz e à segurança no mundo".

"Neste momento _ disse o papa na Audiência Geral _ gostaria de dirigir um novo apelo aos líderes reunidos em Heiligendamm, para que não faltem com as promessas de aumentar substancialmente a ajuda ao desenvolvimento, em favor das populações mais necessitadas, sobretudo as do continente africano. Nesse sentido, merece atenção especial, a segunda grande meta do milênio: a educação primária para todos e a certeza de que, até 2015, todo jovem completará todo o curso ginasial."

Esse objetivo _ disse o Santo Padre _ "é parte integral do alcance de todas as metas do milênio; é garantia da consolidação dos objetivos alcançados; e ponto de partida dos processos autônomos e sustentáveis de desenvolvimento".

A seguir, o papa recordou o compromisso da Igreja: "Não se pode esquecer que a Igreja Católica sempre esteve na linha de frente no campo da educação, fazendo-se presente, particularmente, nos países mais pobres, onde as estruturas estatais, muitas vezes, não conseguem chegar."

Também outras Igrejas cristãs, grupos religiosos e organizações da sociedade civil _ prosseguiu _ compartilham tal compromisso educativo. É uma realidade que, aplicando o princípio de subsidiariedade, os governos e as organizações internacionais são chamados a reconhecer, a valorizar e a apoiar, mediante _ inclusive _ o fornecimento de adequadas contribuições financeiras".

Em sua catequese na Audiência Geral desta manhã, o pontífice falou sobre a figura de São Cipriano, antigo bispo de Cartago _ na atual Tunísia. Um bispo _ disse o papa _ que deu particular atenção à unidade da Igreja e que teve compaixão para acolher nela, também aqueles que, atemorizados com as perseguições anticristãs, haviam inicialmente abjurado a fé.

A Igreja é una e unida sob a "cátedra de Pedro" e quem dela se distancia "se ilude" ao pensar fazer parte dela. Todavia, o perdão para quem a abandonou e pede para retornar, é um ato cristão por excelência, que parte do coração, ou seja, daquele lugar privilegiado da intimidade com o divino, onde "o homem fala a Deus e Deus escuta o homem".

São Cipriano _ explicou Bento XVI _ não foi um teólogo, mas um pastor, profundamente comprometido em reconduzir a disciplina entre as fileiras cristãs, abaladas pela violência da perseguição romana.

-Após a perseguição do ano 251, sob o imperador Décio, Cipriano teve que afrontar a questão dos que haviam abandonado a Igreja, por medo de ser justiçados, mas que agora, cessado o perigo, pediam para ser readmitidos.

A comunidade de Cartago dividiu-se em duas: entre os que estavam prontos para o perdão e os intransigentes, que consideravam os "desertores" caídos como traidores. Como se não bastasse, uma grave pestilência e uma controvérsia entre o bispo de Cartago e o papa Estevão contribuíram para aumentar a tensão.

Naquelas "difíceis circunstâncias _ observou o Santo Padre _ Cipriano revelou excelentes dons de governo": "Foi severo, mas não inflexível com aqueles que haviam abandonado a Igreja por medo de ser justiçados, dando-lhes a possibilidade do perdão, após uma penitência exemplar; diante de Roma, foi firme em defender as sadias tradições da Igreja africana; foi muito humano e impregnado do mais autêntico espírito evangélico, ao exortar os cristãos à ajuda fraterna aos pagãos durante a pestilência; soube ter a justa medida ao recordar aos fiéis _ por demais temerosos de perder a vida e os bens terrenos _ que, para eles, a verdadeira vida e os verdadeiros bens não são os deste mundo; e foi implacável no combate aos costumes corrompidos e aos pecados que devastavam a vida moral, sobretudo a avareza."

Ao término de sua catequese, o Santo Padre passou a saudar, em várias línguas, os diversos grupos de fiéis e peregrinos presentes. Eis sua saudação em português: "Uma saudação especial aos peregrinos vindos de Portugal, especialmente o grupo de jovens do Arciprestado de Carrazeda de Ansiães, e do Brasil um grupo de visitantes. Que a visita à cidade onde foram martirizados os apóstolos São Pedro e São Paulo reavive a vossa fé em Cristo Jesus, que, por amor, nos redimiu e nos chamou a ser filhos de Deus, e a viver como irmãos na justiça e na paz. A todos, de coração, dou a minha bênção, que faço extensiva aos vossos familiares e amigos." RealAudioMP3

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Durante a Audiência Geral, ocorreu um episódio particular: pouco antes de seu início, um desequilibrado tentou subir no papamóvel, sendo imediatamente impedido pelos agentes da segurança.

Uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé, sobre o episódio, afirma: "Antes da Audiência Geral, quando o papa dava uma volta pela praça, para saudar os fiéis, e se encontrava próximo ao obelisco, um jovem de 27 anos, de nacionalidade alemã, superou as barreiras de proteção para aproximar-se do papamóvel. Foi impedido pela segurança vaticana e detido para as necessárias averiguações."

"O interrogatório _ prossegue a nota _ feito pelo juiz, Dr. Marrone, evidenciou que a intenção do jovem não era de atentar contra a vida do papa, mas de fazer um ato demonstrativo, para chamar a atenção sobre si. Tendo sido manifestados claros sinais de desequilíbrio mental, intervieram os médicos psiquiatras do serviço sanitário vaticano e dispuseram o internamento do jovem, para tratamento obrigatório, numa unidade sanitária especializada e protegida. Portanto _ conclui a referida nota _ o caso deve ser considerado encerrado." (RL)








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