PRÊMIO NOBEL DA PAZ-2004 FAZ APELO AO G-8 EM FAVOR DE APOIO AOS PAÍSES POBRES E TUTELA
DO MEIO AMBIENTE
Cidade do Vaticano, 04 jun (RV) - "Make Aid Work" (Façam funcionar as ajudas):
esse será o slogan da faixa que, amanhã, será colocada diante da Basílica de São Pedro,
pelos participantes dos trabalhos da XVIII Assembléia Geral da Caritas Internationalis,
iniciada ontem, domingo, no Vaticano, com o tema: "Testemunhas da caridade, construtores
de paz".
A faixa sintetiza o apelo aos países do G-8 (o grupo que reúne os
sete países mais industrializados do mundo e mais a Rússia), que se reunirão, de 6
a 8 do corrente, em Heilingendamm, localidade balneária alemã.
O encontro da
Caritas Internationalis conta com uma presença de grande prestígio: a Prêmio Nobel
da Paz-2004, a queniana Wangari Maathai que, na coletiva de imprensa de apresentação
da plenária, convidou os países industrializados a uma redução dos gases que provocam
o efeito estufa.
A menos de 48 horas do início do G-8 de Heilingendamm, o mundo
católico da solidariedade lança apelos e pede respeito pelos compromissos em favor
dos países pobres _ que sofrem pelo não cumprimento das promessas feitas no encontro
do grupo em Gleneagles, Escócia, em 2005 _ e insiste por uma mais ampla e decidida
ação de tutela e justa distribuição dos recursos da Terra.
A reflexão sobre
os desafios da reconciliação e das ajudas humanitárias da Caritas Internationalis,
apresentada aos participantes da plenária, pelo presidente Denis Viénot, contou _
na coletiva de imprensa _ com o apoio da Nobel da Paz-2004, Wangari Maathai, líder
de um movimento de dezenas de milhares de mulheres africanas que, em 15 anos de atividades,
salvou milhares de hectares de crosta terrestre, plantando mais de 10 milhões de arvores.
"Todas
as paróquias do mundo" plantando árvores _ propôs Wangari Maathai, para quem urge
a tutela das florestas, sobretudo, na Ásia, América Latina e África. A Prêmio Nobel
pediu aos governos do G-8 que sejam "responsáveis, na tutela dos recursos terrestres
e em sua distribuição", lançando um preciso apelo: "Nós fazemos um apelo aos países
do G-8, a fim de que façam tudo o que estiver ao seu alcance, para reduzir as emissões
dos gases de efeito estufa. Além disso, devemos aconselhar os indivíduos a mudar o
próprio estilo de vida, para obter essa redução. A Caritas _ acrescentou _ pode desempenhar
um papel importante na promoção da proteção do meio ambiente, por meio de ações locais."
O
primeiro dia dos trabalhos da plenária contou com a presença do presidente do Pontifício
Conselho "da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Raffaele Martino que, em seu pronunciamento,
se deteve sobre o magistério social dos últimos pontífices, afirmando que a Doutrina
Social da Igreja "ilumina o caminho de salvação da humanidade, também no que diz respeito
à promoção humana, à luta pela justiça e à promoção da paz".
Recordando que
a caridade cristã não é um amor cego, mas sim um amor inteligente, o cardeal citou
uma passagem da encíclica de Paulo VI _ Populorum progressio _ que festeja,
este ano, seus 40 anos de publicação: "Mais do que qualquer outro, aquele que está
animado de verdadeira caridade, é engenhoso em descobrir as causas da miséria, encontrar
os meios de combatê-la e vencê-la resolutamente." (RL)