CARDEAL ESCOCÊS SUSCITA DEBATE COM AMEAÇA DE EXCOMUNHÃO PARA QUEM DEFENDE O ABORTO
Londres, 1º jun (RV) – A ameaça de excomunhão proferida pelo primaz escocês,
Cardeal Keith Michael Patrick O'Brien, arcebispo de Saint Andrews e Edimburgo, contra
os políticos britânicos que apóiam o aborto, suscitou forte debate no país.
Numa
homilia proferida na Catedral de Santa Maria, em Edimburgo, o cardeal qualificou a
interrupção voluntária da gestação como um "crime nefando" e se perguntou quando é
que esse crime deixará de existir.
Por sua vez, o primaz da Inglaterra e Gales,
Cardeal Cormac Murphy-O'Connor, afirmou, pela primeira vez, que os católicos que apóiam
o aborto devem fazer antes um exame de consciência.
As declarações de ambos
refletem, na verdade, os comentários feitos por Bento XVI, em sua recente visita ao
Brasil.
Os ativistas que defendem o direito de a mulher dispor do próprio corpo,
assim como os católicos progressistas têm exortado os cardeais a não utilizarem os
sacramentos como "arma política".
O aborto foi legalizado na Grã-Bretanha por
uma lei de 1967, que exigia supervisão médica e estabelecia um prazo máximo de 28
semanas. Essa lei estipula que os médicos devem certificar que o aborto seja justificado,
do ponto de vista médico e social.
Em 1990, o Parlamento votou a favor de uma
nova lei, que reduzia o prazo para abortar, a 24 semanas.
No ano sucessivo,
foi aprovada a Lei de Fecundação Humana, que proíbe o aborto depois de 24 semanas
de gestação, salvo se for absolutamente necessário, para salvar a mãe, protegê-la
de danos físicos e mentais graves, e nos casos de anomalias graves no feto. (AF)