2007-05-30 13:30:42

Um grande teólogo tem a humildade de aceitar as próprias debilidades e as da Igreja: Bento XVI na audiência geral, a propósito de Tertuliano.
No final, os pais de Madeleine McCann, menina britânica desaparecida a 3 de Maio no sul de Portugal mostraram ao Papa a fotografia da menina, pedindo-lhe que reze por ela.


(30/5/2007) “Um grande teólogo tem a humildade de aceitar as próprias debilidades e as da Igreja; caso contrário perde a própria grandeza”: observou Bento XVI, na audiência geral desta quarta feira, numa Praça de São Pedro repleta de dezenas de milhares de peregrinos. O Papa falava de Tertuliano, o importante escritor cristão, o primeiro de língua latina, ao qual se deve a definição da Trindade como “uma só substância e três pessoas”, mas que depois – referiu Bento XVI – “uma investigação demasiado individual da verdade e intemperanças de carácter levaram fora da Igreja, aderindo à heresia dos “montanistas” e fundando mais tarde uma sua seita. Foi neste contexto que, recordando porventura a sua experiência de teólogo e os vinte anos de responsável pela Doutrina da Fé, o Papa comentou: “Um grande teólogo há-de caracterizar pela humildade de aceitar as debilidades da Igreja e as suas próprias, só Deus é Todo Santo, nós temos sempre necessidade de perdão”.

Os desvios revelados, a partir de certa altura, por Tertuliano não impediram que a sua obra exercesse uma influência notável e fecunda, nomeadamente sobre São Cipriano – reconheceu Bento XVI. Os seus escritos, essencialmente apologéticos, defendem não apenas a fé contra as acusações injustiças, mas apresentam também de maneira positiva o conteúdo da fé, num diálogo rigoroso com a cultura do seu tempo. Contribuiu, além disso, para o desenvolvimento do dogma trinitário. Importante também a sua cristologia, assim como os textos sobre a Igreja, a conduta moral dos cristãos, a vida futura, as referências a Maria, e o que escreve sobre a Eucaristia, o Matrimónio, a Reconciliação, o primado de Pedro, a oração e a ressurreição – tudo pontos fundamentais da fé dos cristãos.
“Tertualiano é uma interessante testemunha dos primeiros tempos da Igreja, quando os cristãos se encontram a ser sujeitos de uma “nova cultura, entre a herança clássica e a mensagem evangélica”.

O Papa observou ainda que desde as suas origens a fé cristã propõe a não violência, facto que mantém hoje em dia toda a actualidade, também à luz do aceso debate sobre as religiões. Bento XVI referia-se a uma afirmação de Tertuliano, aliás baseada no Evangelho, segundo a qual o cristão não pode odiar nem sequer os seus inimigos. Uma exigência moral incontornável da opção da fé, que propõe a não violência como regra de vida. Não há quem não veja a dramática actualidade deste ensinamento, nomeadamente à luz do vivo debate em curso sobre as religiões – observou o Papa. Nos escritos de Tertuliano, muitos são os temas que ainda hoje nós somos chamados a enfrentar, e que exigem uma fecunda busca interior à qual – disse – convido todos os fiéis, para conseguirem exprimir de modo cada vez mais convincente a regra da fé, segundo a qual – como escrevia Tertuliano – nós acreditamos que há um só Deus e nenhum outro fora do Criador do mundo, que tirou do nada todas as coisas por meio do seu Verbo gerado antes de todas as coisas.

Não faltou uma saudação em língua portuguesa: RealAudioMP3
A minha saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, de modo especial aos brasileiros da cidade Ana Rech, no Rio Grande do Sul, conhecida também pelo nome de “Vila dos Presépios”, devido à ressonância que dela emana este símbolo natalício em honra de Deus humanado. Com sua vinda, a nossa pobre humanidade tornou-se morada da Santíssima Trindade. Por Ela, sejam abençoadas as vossas famílias e comunidades com o dom da unidade e da vida plena, na solidariedade e na paz".

No final da audiência geral na Praça de São Pedro os pais de Madeleine McCann, menina britânica desaparecida a 3 de Maio num aldeamento turístico do sul de Portugal puderam conversar durante breves momentos com Bento XVI, mostrando-lhe a fotografia da menina e pedindo-lhe que reze por ela.
Bento XVI procurou confortar os pais da pequena Maddie, visivelmente emocionados. O secretário pessoal do Papa, Georg Gaenswein, guardou a foto da pequena Maddie, sobre a qual Bento XVI tinha feito um pequeno gesto de bênção.
Um gesto de proximidade espiritual, de oração, de atenção por este caso particular mas também e também pelos tantos pais de crianças desaparecidas. O Padre Frederico Lombardi ,director da Sala de Imprensa da Santa Sé comentou assim este encontro do Papa com os pais de menina Madeleine. Bento XVI quis mostrar a sua atenção, a sua proximidade e o seu apoio espiritual.
Um facto significativo, um acto de apoio aos pais de Madeleine e a todos aqueles que se empenham na busca e no combate ao fenómeno criminal dos raptos
O casal McCann visitara nos dias passados o Santuário de Fátima, onde estivera em oração, pedindo pelo regresso da sua filha.
Esta visita a Roma dos pais de Madeleine marca o início de um périplo por várias capitais europeias que a família McCann programou para divulgar a imagem da filha e recolher  informações que levem à sua descoberta. O casal McCann tem previstas deslocações a Madrid, sexta-feira, e  Berlim, na segunda-feira.











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