Vª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano na recta final: será encerrada
Quinta Feira em Aparecida
(29/5/2007) A V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, que
decorre em Aparecida desde 13 de Maio, entrou esta semana na sua recta final.
Quinta-feira, no Santuário de Aparecida , uma celebração eucarística conclui os trabalhos,
dos quais sairá, desde já, uma mensagem aos povos da região. Os mais de 260 participantes
sublinham, nas suas intervenções, o clima de "comunhão e fraternidade" em que têm
decorrido os trabalhos desta assembleia magna. Nos dias que faltam, o plenário irá
examinar e votar o texto da mensagem e as centenas de parágrafos que constituem o
Documento final, que será entregue no Vaticano, em Junho, para a aprovação do Papa.
Questões como a ecologia, a defesa das minorias, a renovação das estruturas
eclesiais ou as consequências da globalização sobre as populações da região fazem
parte das preocupações apresentadas até agora. Várias comissões especializadas
têm abordado as implicações concretas do tema deste encontro, "discípulos e missionários"
de Jesus Cristo, sem esquecer, como referia o Cardeal Hummes, antigo Arcebispo de
São Paulo e actual Prefeito da Congregação para o Clero, que a evangelização "não
pode ser separada da promoção humana". As intervenções dos Bispos latino-americanos
não deixaram de lado, por isso, a realidade socio-económica, política e cultural destes
países, dado que estas são as condições em que o anúncio do Evangelho se irá desenvolver,
nas próximas décadas. Neste contexto, foi referido por diversas vezes que o impacto
da globalização na região, apesar de alguns aspectos positivos, representou um acréscimo
das dificuldades e problemas. Aos pobres e excluídos, juntam-se as dificuldades culturais
criadas pela tendência de "homogeneização", que ignoram as raízes históricas dos povos
da região.
Esta segunda-feira, D. Carlos Aguiar Retes, Bispo de Texcoco (México)
e primeiro vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), indicou
que "os povos latino-americanos, no meio de situações crónicas e reiteradas de iniquidade
crescente, de autoritarismos que provocam corrupção e sob o influxo da globalização,
das migrações e da mudança de culturas, atravessam uma etapa de transição". Por isso,
indicou, é preciso preparar a Igreja para enfrentar os novos desafios que batem à
porta das famílias e da sociedade moderna. "Sejamos uma Igreja como Nossa Senhora
de Guadalupe que, inculturada, mostre o rosto da misericórdia divina para o consolo
e fortaleza espiritual, para redescobrir a dignidade de todas as pessoas, independentemente
da raça, língua, cultura ou nação", apontou. "Sejamos uma Igreja em estado permanente
de missão. Sejamos uma Igreja que redescubra e valorize a Eucaristia dominical. Sejamos
uma Igreja que seja casa para todos e escola onde se aprende, pelo testemunho de quem
dela faz parte, a caridade, o amor’’, concluiu.