2007-05-29 20:05:50

POBREZA E CORRUPÇÃO: SÃO OS DESAFIOS À IGREJA EM MOÇAMBIQUE, EM SUA MISSÃO DE ANUNCIAR CRISTO


Maputo, 26 mai (RV) - O anúncio missionário deve continuar sendo a prioridade entre as prioridades, para a Igreja em Moçambique, que se confronta com mil dificuldades sócio-pastorais: foi o que recomendou Bento XVI aos bispos desse país africano, na mensagem de saudação que lhes endereçou, ao término de sua visita "ad Limina".

Muitos e complexos são os obstáculos que se interpõem à evangelização de mais da metade da população de Moçambique _ observou o papa _ após ter ouvido o presidente da Conferência Episcopal Moçambicana, Arcebispo Tomé Makhweliha, ilustrar, com preocupação, os males de seu país: um dos mais ricos do continente africano, e, termos de recursos naturais, e com grandes potencialidades econômicas, apesar de viver num estado de pobreza absoluta.

Moçambique é vítima de uma situação de corrupção generalizada, além de sofrer os efeitos da criminalidade, da exploração da mão-de-obra e das mulheres, do tráfico de drogas e do tráfico de seres humanos, e do comércio sexual. O presidente dos bispos de Moçambique ressaltou a atual ordem econômica mundial, governada pelas multinacionais e pela globalização.

Nessa situação crítica, o pontífice convidou os prelados moçambicanos a se fazerem, o mais possível, presentes em todas as comunidades de suas dioceses, com paterna atenção às suas condições de vida _ humanas e religiosas _ e a serem próximos aos sacerdotes, para escutá-los, conduzi-los e encorajá-los em seu árduo serviço pastoral, e a valorizarem os movimentos eclesiais e as novas comunidades, "providenciais para um renovado impulso missionário.
Bento XVI recomendou aos bispos, o aprofundamento da fé dos fiéis, através de todos os meios à sua disposição: catequese dos jovens e dos adultos, encontros e liturgia, com a inculturação que se impõe.

"Sem essa profunda formação _ observou _ a fé e a prática religiosa tornam-se superficiais e frágeis", inadequadas a combater a "indiferença religiosa, o materialismo e o neopaganismo, fenômenos que dominam hoje, nas sociedades de consumo".

O Santo Padre destacou, a formação nos Seminários, diante da crise vocacional, e a formação permanente de todos os agentes apostólicos: sacerdotes, religiosos e religiosas, catequistas e animadores de movimentos e comunidades.

Todo cristão _ solicitou Bento XVI _ deve dar sua contribuição "para combater as injustiças, elevar o nível de vida das pessoas e dos grupos menos favorecidos, para educar à retidão dos costumes, à tolerância, ao perdão e à reconciliação".

Trata-se de uma obra de primeira importância, que serve para o bem do país e que os pastores da Igreja devem inspirar e defender, conservando a liberdade que é própria da Igreja, em sua missão profética, mantendo bem clara a distinção entre essa missão e os programas e poderes políticos.

Por fim, o Pontífice destacou a importância de ajudar a família e o matrimônio cristão, "colocado a dura prova _ ressaltou o Papa _ por uma sociedade dita moderna, permeada pela sexualidade e pelo individualismo". (RL)







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