2007-05-29 19:57:13

BISPOS CENTRO-AFRICANOS ALMEJAM FUTURO DE PAZ PARA SEU PAÍS, AFLIGIDO POR TENSÕES SOCIAIS E CONFLITOS ARMADOS


Cidade do Vaticano, 29 mai (RV) - "Um futuro de paz" para um país atormentado por conflitos políticos e sociais que acabam sempre em confrontos armados: é o que desejam os bispos da República Centro-Africana, que ontem, segunda-feira, iniciaram suas audiências com o Santo Padre, no contexto de sua qüinqüenal visita "ad Limina Apostolorum".

Uma história de instabilidade que, para a ex-colônia francesa, teve início já nos primeiros anos após sua independência, em 1960. De fato, foi o Marechal Bokassa que assumiu o poder, com a força, em 1966, e se proclamou, 10 anos mais tarde, "imperador", sendo destituído em 1979, com a retomada da República.

Dois anos depois, o general Kolingba, com um golpe de Estado, tomou o poder, conservando-o por mais de uma década, até as primeiras eleições livres convocadas _ sob pressão internacional _ em 1993, que registra a vitória de Patassé, líder do Movimento para a Libertação do Povo Centro-Africano.

Mas os militares voltam às armas _ em 1997 e até o ano 2000, a ONU interveio, para mediar _ e após vários confrontos entre governamentais e rebeldes, o general Bozizé conquistou a presidência, em 2003, confirmado nas eleições de 2005.

Os seguidores do ex-presidente Patassé, em exílio no Togo, continuaram a combater, entrincheirados no noroeste do país, ao mesmo tempo em que se posicionavam no nordeste, os grupos rebeldes da vizinha República do Chade: uma situação agravada pelo difuso banditismo que jogou o país na insegurança social.

Nessas dolorosas décadas, a Igreja centro-africana _ presente há mais de cem anos no país _ jamais deixou de invocar a paz e de condenar as violências que não pouparam expoentes religiosos, denunciando em anos recentes, o silêncio da mídia sobre a dramática situação de seu país.

Daí, o apelo lançado recentemente pelos bispos centro-africanos ao Presidente Bozizé, preocupados com o agravamento das tensões entre governo e oposição e a retomada dos confrontos armados no norte.

Os prelados pediram ao chefe do Estado que se esforçasse para encontrar uma saída, abrindo um diálogo sem preconceitos, e evitando o pior que está se difundindo no país: tribalismo, anarquia, autoritarismo político, estagnação econômica, ruína intelectual e queda de valores. E que garantisse a todos os cidadãos "o respeito pela própria dignidade". (RL)







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