CARDEAL OBANDO BRAVO AFIRMA QUE QUEM ABORTA SE AUTOEXCOMUNGA
San Salvador, 25 mai (RV) – O cardeal nicaragüense, Miguel Obando Bravo, arcebispo
emérito de Manágua, disse, na capital salvadorenha, San Salvador, que a mulher que
aborta, e seus cúmplices, excomungam a si mesmos, de acordo com o estabelecido pelo
Código de Direito Canônico. Ele acrescentou que a ciência, hoje em dia, pode evitar
a prática do aborto terapêutico.
Em entrevista publicada hoje, pelo diário
salvadorenho "El Diario de Hoy", o Cardeal Obando Bravo declara: "Como católico e
cristão, creio que devemos defender a vida, desde o momento da concepção até que nos
chegue a morte"
O cardeal sublinhou a existência do cânone 1.398, do Código
de Direito Canônico, que dispõe que "Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre
em excomunhão latae sententiae", ou seja, pelo fato em si mesmo, sem necessidade
de uma sentença proferida pela autoridade eclesiástica.
Além disso, ele argumentou
que participou de numerosos encontros com médicos, nos EUA, Europa e América Latina,
durante os quais, ficou patente que a ciência médica tem feito enormes progressos,
tanto que a capacita a salvar a vida tanto da gestante quanto do bebê, nos casos em
que seria necessário o chamado "aborto terapêutico".
Questionado acerca de
sua opinião sobre o futuro da Nicarágua, governada por Daniel Ortega, líder da Frente
Sandinista de Libertação Nacional _ de esquerda _ o Cardeal Obando Bravo declarou:
"Sempre confiamos no Senhor e oramos para que Ele ilumine, de modo especial, os governantes."
Nesse contexto _ acrescentou _ "estou certo que Deus ajudará o presidente Ortega a
fazer um governo em prol do povo nicaragüense, de modo especial com uma opção preferencial
pelos pobres".
Acerca da Teologia da Libertação e sua validade, atualmente,
o cardeal disse que não é importante se ela seja válida ou não. Mas quando ela diz
que "devemos nos interessar pelos pobres, nós devemos fazê-lo". "Cristo se interessou
pelos pobres, pelos quais fez uma opção preferencial, e a Igreja faz uma opção preferencial
pelos pobres" _ concluiu o Cardeal Obando Bravo. (AF)